segunda-feira, 22 de março de 2010

O concílio de Jerusalém



"Então se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão..." Atos 15:6

O concílio de Jerusalém é um evento importante na história da igreja cristã relatada no livro de Atos. Howard Marshall em seu comentário Tyndale do Novo Testamento sobre o livro de Atos disse que atos 15 é o centro estrutural e teológico do livro. 
O relato bíblico diz que alguns indivíduos desceram da Judéia e começaram a ensinar aos gentios que a circuncisão era necessária para a salvação (verso 1). Levantou-se grande contenda entre o grupo judaizante e Paulo e Barnabé, que em resultado dessa contenda decidiram ir a Jerusalém por causa dessa questão. Essa atitude numa igreja jovem mostra os princípios de unidade e organização que devem guiar o corpo de Cristo em suas atitudes. Pode-se dizer que a igreja cristã estava aqui enfrentando sua primeira crise doutrinária. 
Os argumentos dos judaizantes eram fortemente baseados na Bíblia, porém era falho ao tornar a circuncisão um teste de comunhão, uma forma de entrada na igreja e um meio de salvação. A problemática da circuncisão é a mesma que envolve toda a discussão da carta aos gálatas. Muitas vêem um só evento descrito tanto em Gálatas 2:1-10 e em Atos 15:1-30. Problemas surgem quando esses dois relatos são interpretados de forma a corresponderem ao mesmo acontecimento. Essas dificuldades desaparecem quando vemos os dois relatos como tratando de dois acontecimentos diferentes, porém unidos por uma temática comum bastante evidente, o que não seria algo impossível, ou mesmo difícil de acontecer.
Em ambos os casos o problema era a circuncisão (atos 15:5) (e também a observância da lei de Moisés) para a salvação.
No verso 6 de atos 15 se revela uma reunião e o verso 23 complementa a informação de que nessa reunião estavam presentes apóstolos, presbíteros e irmãos. Pedro fez o discurso inicial (15:7-11) após um debate acalorado (verso 7). Pedro relembrou sua vocação e chamado para pregar o evangelho aos gentios e os resultados salvadores na vida dos gentios (não circuncidados entes ou depois da conversão). 
Paulo e Barnabé, contando agora com o silêncio da multidão (verso 12) relataram quantos sinais e prodígios Deus tinha feito no meio deles para a salvação dos gentios. Depois desses discursos Tiago expõe as bases bíblicas e teológicas da missão aos gentios (15:15-18) e emite um parecer aceito por todos de pleno acordo (15:25). Esse parecer (versos 20 e 29) prescreveu proibições aos gentios (que se abstivessem das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas (pornéias), da carne de animais sufocados e do sangue. 
O parecer da igreja não ordenou a circuncisão dos gentios nem a obrigatoriedade (ou mesmo validade) da observância da lei de Moisés para a salvação. Judas (judeu) e Silas (grego) foram enviados com Paulo e Barnabé com uma carta com o parecer da igreja para garantir a autenticidade do mesmo e quando os gentios receberam o veredicto eles se alegraram grandemente (15:31). 
As proibições recomendadas aos gentios não eram uma revelação absoluta ou completa de tudo que Deus pedia dos gentios convertidos. Esses mandamentos e ordens do Senhor provavelmente foram dadas nesse contexto para evitar que a discussão cultural, e a descontinuidade na questão da circuncisão fizesse com que a igreja gentílica deixasse de lado coisas essenciais em seu relacionamento com Deus em nome de estes não serem judeus. Muito facilmente os gentios poderiam, em nome de suas próprias culturas, julgar que idolatria (agora em nome de personagens cristãos),  má alimentação ou sexualidade sem fronteiras eram áreas “livres” de legislação ou de proibições. 
Certamente muitos gentios poderiam cair na armadilha de estar adorando ao Senhor em espírito e em verdade enquanto continuariam a praticar coisas condenadas por Deus.




O fato de o concílio não mencionar a obrigatoriedade da guardado sábado tem servido de desculpa para muitos cristãos dizerem que estão livres a essa obrigação para com Deus. Seus argumentos não se sustentam diante da revelação. O concílio de Jerusalém não recomenda a guarda do sábado nesse contexto aos gentios, mas também não lhes recomenda não matar, não roubar ou não mentir, coisas declaradamente condenadas na Palavra de Deus sob pena de perdição. Usar tal argumento é demonstrar ignorância ou maldade mentirosa e ambas são condenadas na Bíblia (Oséias 4:6 e Jeremias 23:32). O concílio de Jerusalém é um capítulo importante da história da igreja onde vemos a poderosa ação de um grupo de cristãos organizados e guiados pelo Espírito Santo (15:28).

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Paulo, servo de Jesus Cristo!


Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus... (romanos 1:1)
Paulo aparece no relato bíblico pela primeira vez em Atos 7:58, no contexto do apedrejamento de Estevão (At 6:8 até 7:60).
Nesse relato ele ainda é conhecido por seu nome de nascença, Saulo. Natural da cidade de Tarso, na Cilícia (At 21:39) e por direito de nascimento ele era cidadão romano (At 22:27-18)
Saulo era, segundo suas próprias palavras “da linhagem de Israel, da tribo de benjamim, hebreus de hebreus” (Fl 3:5). Ele foi criado em Jerusalém e foi instruído nas tradições e leis judaicas aos pés de Gamaliel (At 22:3), um grande e reconhecido mestre de seu tempo (At 5:34). Fazia parte da seita dos fariseus (At 26:5), a seita mais severa da religião judaica.
Existe um texto bíblico que pode implicar que Saulo era membro do Sinédrio. Essa implicação surge do fato de que Paulo, relembrando suas atitudes contra os cristãos antes de sua conversão, disse que dava seu voto em favor do assassinato de cristãos (At 26:10). O único local, em Israel onde essa prática era legalmente seguida em Israel era no Sinédrio. Isso, se coerente com a realidade histórica, implicaria que Saulo, nesse momento de sua vida fosse casado, tinha mais de 30 anos e tinha boa reputação diante do povo (todas as prerrogativas para se fazer parte do Sinédrio em Israel naqueles dias), outra alternativa era que Saulo foi feito membro do Sinédrio não necessariamente por preencher essas prerrogativas de forma estrita, mas pela parte que desempenhou no caso de Estêvão, o que lhe concedeu destaque dentre os inimigos de Cristo (essa é a posição de Ellen White em Atos dos apóstolos, pg 102).
A Bíblia descreve Saulo como perseguidor implacável da igreja (At 8:1/3) e a exatidão dessa descrição é atestada pelo testemunho pessoal do mais tarde conhecido como apóstolo dos gentios, Paulo em 1 Cor 15:9. Saulo de Tarso, como era conhecido (At 9:11), foi até o sumo sacerdote pedir cartas para perseguir e prender os cristãos em Damasco e os levar a Jerusalém (At 9:1-2).
No caminho para cumprir o plano de prender os cristãos Saulo teve uma experiência sobrenatural com Jesus Cristo (At 9:3-9). Saulo recebe instruções de se levantar e entrar em Damasco, onde ele receberia instruções posteriores.
Deus dá uma visão a Ananias, discípulo de Jesus, e este conduz Saulo a uma experiência de restauração de sua visão, a qual havia perdido com o resplendor da visão de Cristo, e ao batismo (At 9:10-18). Logo Paulo se tornou um pregador do evangelho (At 9:20).
Paulo, logo no início de seu ministério era poderoso em demonstrar que Jesus é o Cristo (At 9:22) e logo suscitou oposição contra si mesmo por parte dos judeus (At 9:23). Paulo fez três grandes viagens missionárias (At 13-14/ At15-18/ At 19-21) e pregou o evangelho em boa parte do mundo conhecido de sua época.
Paulo escreveu grande parte do Novo Testamento. 14 epístolas ao todo, se considerarmos Hebreus como de sua autoria, pelo menos enquanto autor do conteúdo teológico do livro, inda que o estilo literário definitivamente não seja o estilo comum de Paulo encontrado nas outras epístolas assinadas pelo apóstolo. A Bíblia não relata a morte de Paulo.
Em atos vemos Paulo preso em Roma, porém livre para pregar o evangelho (Atos 28:30-31). Em 2 Tim 4:6-8 Paulo indica saber que sua morte está próxima.
A tradição diz que Paulo foi decapitado em Roma num local denominado Via Ostiense, provavelmente não foi crucificado por ser um cidadão romano.

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Perfeição cristã...


"Sede perfeitos como perfeito é vosso pai que está no céu" Mateus 5:48

A perfeição cristã é tema interessantíssimo e espinhoso. Vemos imperfeição em nós mesmos e em todos, então essa ordem não trata de uma possibilidade real e seria indigina de ser considerada Palavra de Deus? ou simplesmente não somos perfeitos e isso indica que não somos cristãos verdadeiros?

Estou trazendo, nesse contexto a tradução de um artigo de Edward Heppenstall, intitulado "algumas considerações teológicas sobre perfeição"

O artigo foi tirado do site do instituto de pesquisas bíblicas, e o link original se segue:

http://biblicalresearch.gc.adventist.org/documents/perfection%20Heppenstall.htm

O texto é extenso (13 páginas de word) mas vale a pena de ser estudado por todos que tenham interesse no tema, especialmente as partes onde ele trata da perfeição num contexto de fechamento da porta da graça e dos eventos finais da história desse mundo entes que nosso Senhor retorne nas nuvens do céu com poder e grande glória!

Maranata!


Algumas considerações teológicas sobre perfeição
Por Edward Heppenstall


1. O ensino bíblico sobre perfeição


A verdade sobre a doutrina e a experiência cristão em relação à perfeição é aquela que faz justiça aos significados e usos bíblicos da palavra perfeição. A Bíblia ensina que o cristão cresce na graça e rumo a ser a imagem de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele continuamente tem fome e sede de justiça. Há séria e sincera busca por santidade espiritual.


Desde que a Bíblia exorta aquele que crê, sempre e sempre, seja de que idade for a ser “perfeito”. Então, obviamente a experiência requerida não é algo que jaz além da experiência daqueles a quem a Palavra é endereçada. Ela deve ser uma experiência dentro da estrutura da vida cristã aqui na terra, de outra forma não haveria base para a Bíblia pedir perfeição daqueles que nela crêem. Essa exortação foi dirigida aos crentes de todas as eras e não apenas àqueles que precederiam imediatamente o retorno de nosso Senhor.

O único significado válido de perfeito e de perfeição é aquele que a Bíblia lhe atribui. É adiante imperativo que estudemos para compreender, tanto quanto for possível o significado escriturístico do uso de “perfeição” e evitemos interpretações que venham de nós mesmos.

Teleios

A palavra mais importante traduzida como “perfeição” no Novo Testamento é a palavra grega teleios. A palavra é derivada do substantivo “telos” usualmente vertida como “objetivo”, “fim”. A palavra implica em um estágio definido de desenvolvimento espiritual para cristãos de todas as idades, para aqueles vivendo nos dias dos apóstolos tanto quanto para os que vivem hoje. Quase invariavelmente a palavra descreve o alcance da maturidade espiritual, uma estabilidade cristã da qual não se volta para traz, uma inabalável aliança com o Deus Vivo.

Paulo usa essa palavra freqüentemente quando descreve cristãos perfeitos, ou maduros em contraste com aqueles que são bebês espirituais. “não sejais meninos, meus amigos. Sejam inocentes como bebês em relação ao mal, mas sejam amadurecidos (teleio) em sua forma de pensar. (1 Cor 14:20).

“Por que já deveriam ser professores, mas necessitam de novo que alguém vos ensine os princípios básicos da Palavra de Deus. Necessitam de leite e não de comida sólida; pois aquele que se alimenta de leite ainda é inexperiente na Palavra da justiça, por que é criança. Mas alimento sólido é para os adultos (teleion) para aqueles que têm suas faculdades treinadas pela prática para discernir o bem e o mal. Adiante deixemos as doutrinas elementares de Cristo de prossigamos para a maturidade (teleios). (hebreus 5:12-14 e 6:1)

Aqui o autor da epístola aos hebreus reconhece que há um começo na vida cristã. Uma pessoa deve começar com o ABC da vida cristã. Como um bebê recém-nascido ele recebe seu alimento de cristãos mais maduros. Nesse ponto o autor está seriamente preocupado pelo fato de que muitos daqueles cristãos ainda estavam usando as roupas próprias da infância e pensando conforme crianças. Eles não estavam crescendo. Num momento em que eles já deveriam ser maduros (perfeitos) o suficiente para já instruir a outros e os levar à fé cristã, eles ainda tinham necessidade de serem tratados como crianças.

Paulo também se sentiu da mesma forma em relação a alguns membros da igreja de Corinto. Em 1 Cor 2:6 ele declara que “fala de sabedoria entre os perfeitos” (experimentados; ARA) os maduros, mas então ele acrescenta: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?” 1 Cor 3:1-3

Paulo contrasta os bebês espirituais na igreja com aqueles que ele denomina “perfeitos”, crentes completamente crescidos (desenvolvidos). A imaturidade referida aqui e que foi manifesta nos membros da igreja de Corinto os incapacitava de entender as coisas profundas de Deus.

Paulo declara que deveria ser o objetivo de todo ministro cristão desde seus dias até os nossos, de trazer seu rebanho à perfeição, ou seja, à plena maturidade de um caráter cristão, uma vez que Deus já proveu dons e meios para que alcancemos esse estágio de maturidade nesta vida.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita (teleios) varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” Efésios 4:11-13.

Mais uma vez, o propósito e o objetivo são a maturidade e estabilidade cristã. Um fortalecimento da aliança ao ponto de ela se tornar inabalável. Paulo usa esta palavra traduzida por “perfeito” para descrever, não um estado de perfeição absolutamente impecável nas igrejas de Corinto e Éfeso, mas para descrever um estágio de maturidade que marca (identifica) aqueles que são firmes na fé sob quaisquer circunstâncias.

Novamente,em sua epístola aos filipenses ele classifica a si mesmo entre os “perfeitos”, ou maduros espiritualmente que falam de sabedoria entre os também “perfeitos”.

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos (teleioi), tenhamos este sentimento” (filipenses 3:13-15)

Por que Paulo havia alcançado sua maturidade, ele é capaz de falar de sabedoria entre os igualmente maduros. O objetivo de seu ministério apostólico era de “apresentar todo homem perfeito (teleioi) em Cristo” (col 1:28). Ele descreve seu colaborador, Epafras, como agoniando em oração para que os colossenses fossem conservados “perfeitos (teleioi) e plenamente convictos (completos) em toda a vontade de Deus”.

No grego clássico, essa palavra “teleios”, é muitas vezes usada para descrever alguém que atingiu a idade adulta, animais plenamente desenvolvidos, frutos maduros. Para o cristão o ideal (de maturidade) é Jesus Cristo, uma estatura espiritual pela qual devemos nos esforçar continuamente. A palavra não tem em mente perfeição impecável. Os santos “mais santos”, homens como Paulo, foram os primeiros a declarar sua constante necessidade de crescerem em direção a Cristo, enquanto afirmavam a pecaminosidade de suas próprias naturezas. O processo em direção à perfeição e maturidade é o processo tão longo quanto a vida. O cristão em processo de amadurecimento faz progresso contínuo em direção ao ideal, em Cristo.

Com todos os conselhos bíblicos que pedem perfeição, não encontramos nenhum crente dizendo ter alcançado a perfeição absolutamente impecável, e mesmo assim são considerados perfeitos (maduros). A declaração (de perfeição) é carregada de perigo. Não poucas dessas declarações são movidas por uma cegueira espiritual que impede uma pessoa de ser sincera consigo mesma. Existem (nesse contexto) dois perigos contrastantes: cegueira espiritual e falha ao ser sincero consigo mesmo; e o oposto que é tolerância fácil em relação ao pecado.

A partir da palavra de Deus são maturidade e estabilidade espirituais que são possíveis nessa vida. Ensinar, a partir destas palavras na Bíblia, que a absoluta impecabilidade nesta vida é possível aqui na terra ao ser humano inerentemente mal, não é algo apoiado na Palavra de Deus e nega a própria natureza humana em si. Isso não é negar que haja crescimento em direção a uma perfeição. O pecado não reina, mas permanece nos termos da limitação da natureza humana como a conhecemos nesta terra. É levado em consideração, mesmo em relação ao fechamento da porta da graça, que enquanto as pessoas envelhecem as artérias endurecem, o sistema físico e mental fica mais lento e adiante as respostas não são mais aquelas da plenitude da juventude.

Mais ainda, que o uso bíblico da palavra “teleios” (perfeito) não tem significado como impecabilidade absoluta é visto onde freqüentemente crentes são considerados perfeitos no ponto onde tinham alcançado apenas um estágio em direção ao ideal. “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito (teleios) varão, capaz de refrear também todo o corpo.” (Tiago 3:2). “Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos (teleios) e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:4).

O homem perfeito (maduro) é descrito aqui como aquele que tem completo controle da língua, ou que persevera na fé sem vacilar. O crente que se enquadre em alguma dessas classes é designado na Escritura como “perfeito” ou cristão maduro. Tal controle e estabilidade é uma prova suficiente de que ele é um cristão maduro, perfeito, estável. O alcance não é igual para todos os cristãos. Para alguns a perfeição é marcada pelo amor aos inimigos (Mateus 5:43-48), em outros é manifestada na perseverança e fidelidade em sua caminhada, em outros ainda, é vista no controle da língua.

Em outras palavras, o propósito de Deus na vida é a maturidade espiritual sob todas as circunstâncias. Cristo entregou-se a si mesmo para nos salvar, e deu o Espírito Santo para viver no crente que deve surgir e crescer a esse ponto de maturidade cristã. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (filipenses 1:6).

Paulo, enquanto afirmava que Cristo vivia nele, como um cristão maduro, sempre prosseguia rumo a um alvo cada vez mais alto. Nesse objetivo o Espírito Santo continua a nos dirigir em toda a nossa vida. Mas não há finalidade para uma perfeição nesta vida cheia de provas. Mesmo por que cada passo para o alto revela alturas espirituais ainda acima de nós. O privilégio do cristão é experimentar aqui e agora o que foi experimentado por cristãos de todas as idades, a saber, o poder do Espírito Santo para contínuo crescimento e para nos conceder maturidade espiritual.

“Santificação é a obra de uma vida inteira” Ainda junto com esse crescimento contínuo nós encontramos descanso em meio à labuta e conflito enquanto lutamos arduamente neste corpo de pecado e morte até o glorioso aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Katartizo

A segunda palavra mais importante traduzida como “perfeito” no Novo Testamento é “katartizo” e significa “estar completamente equipado” para o serviço no obra/causa de Deus. É digno de nota que Paulo e outros escritores bíblicos estão se dirigindo a pessoas de seu tempo e não simplesmente para aqueles que estariam vivendo nos últimos dias da história terrestre. Nas seguintes passagens a palavra katartizo é usada:

O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído (katartizo) será como o seu mestre. (Lucas 6:40)

Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos (katartizo), consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco. (2 Corinthians 13:11)

...vos aperfeiçoe (katartizo) em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém! (Hebreus 13:21)

Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar (katartizo), firmar, fortificar e fundamentar. (1 Pedro 5:10)

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento (katartizo) dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. (Efésios 4:11-12)

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito(katartizo) e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)

Qualquer interpretação que demos à doutrina da perfeição deve estar em harmonia com a Palavra de Deus ou é falsa. Ellen White insiste nesse ponto, mesmo quando relacionados com seus próprios escritos. Na citação que se segue, lemos:

“O irmão J não confundiria a mente ao procurar fazer parecer que a luz que Deus tem dado através dos testemunhos é uma adição à Palavra de Deus. Deus viu que essa seria uma maneira de atrair a mente de seu povo para sua Palavra, para lhes dar um claro entendimento dela.” (testemunhos para a igreja, vol. 5, 663)

“Os testemunhos escritos não são para dar nova luz, mas para impressionar o coração vividamente com as verdades que a inspiração já revelou. ...os testemunhos não são para diminuir a Palavra de Deus, mas para exaltá-la e atrair mentes até ela, para que a beleza da simplicidade da verdade possa impressionar a todos.” (Ibid, 665)
Se eles não falarem de acordo com essa palavra, é por que não há luz neles (Isaías 8:20)

2. O fechamento da porta da graça e a salvação pela graça

O que a Bíblia e o Espírito de profecia ensinam concernentemente ao fechamento da porta da graça? Alguns dizem crermos que os méritos da expiação são estarão mais a disposição como eles estavam antes do fechamento da porta da graça. Que a finalização da intercessão de Cristo significa que seu poder salvador ou sua graça perdoadora não estão mais disponíveis ou não são mais necessárias.

O que apocalipse 22:11 realmente significa em relação ao fechamento da porta da graça?

Considere algumas traduções desse verso:

“Entrementes, que o perverso continue a fazer perversidade, e que o de mente suja que afunde em sua sujeira, mas que o homem bom persevere em sua bondade e que o homem dedicado seja verdadeiro em sua dedicação” (new english bible)

“Que o malfeitor vá de mal a pior, que o vil cresça em vileza, mas que o homem correto seja cada vez mais correto, e que o homem que é santo seja mais e mais santo” (american translation)

“Que o homem ímpio continue em sua impiedade e o homem sujo em sua sujeira; mas que o homem bom continue a fazer suas boas obras e o homem santo continue em sua santificação” (Philips)

“qualquer que é mal que continue a fazer o mal, e quem é sujo que continue a ser sujo; mas qualquer que é bom deve continuar a fazer o bem e quem é santo continuar a se santificar” (Goor news for modern man)

O contexto desse verso no livro do apocalipse é que os homens foram confrontados com as mensagens finais, avisos, e julgamentos de Deus. Por eles, Deus se dirigiu a todas as pessoas do mundo e os enviou para testemunhar as suas palavras e atitudes mais solenes relativas à condição pecaminosa do homem. Esse verso no último capítulo reflete a atitude das duas grandes classes da humanidade, os salvos e os pedidos. Depois do fechamento da porta da graça, o destino eterno do homem está fixado para sempre, será então muito tarde para haver qualquer mudança.

A palavra chave desse verso é a palavra grega “eti” traduzida como “continue” “ainda”. Ele que persiste em fazer o mal ainda o continuará fazendo. Aquele que se inclina para a sujeira continuará a se inclinar para ela. Aquele que escolheu o caminho da justiça de Cristo ainda o fará. Para os maus não haverá mais ajuda da parte de Deus para tirá-los de seus maus caminhos. A palavra “ainda” “continue” (eti) proclama a escolha final e definitiva que eles fizeram. Aquele que é sujo que se suje ainda! Aquele que é justo que continue a ser justo. Em ambos os casos as pessoas se aprofundam em sua experiência. O malfeitor desce profundamente mais e mais, e o justo cresce grandemente e sobe mais e mais. O fechamento da porta da graça é o momento decisivo no tempo, quando tudo o que foi feito na vida de alguém determinará seu destino final, ser justo ou ímpio eternamente. Se nesse ponto um homem ama o mal, e continuará o amando.

Deus não tem mais provisões para transformá-lo. O Espírito Santo foi retirado do ímpio. Para além é impossível mudar, pois quando o Espírito Santo é retirado é impossível resistir ao mal inerente, dentro do coração ou às forças satânicas, externas ao ser humano. O homem se torna escravo para sempre.

Mas a justiça livra da escravidão do pecado por toda a eternidade. Por que eles aceitaram a Cristo, toda oportunidade e a ajuda graciosa de Deus ser-lhes-á concedida para que continuem no caminho da justiça. O texto menciona uma inclinação permanente na vida. Os ímpios agora estão além da possibilidade de redenção. Os justos não podem se perder. O texto não fala de impecabilidade. O texto fala de decisão final (absoluta) para um lado ou para o outro. Para o perdido o pecado vai aumentar mais e mais e para o salvo sua santidade vai aumentar mais e mais.

A senhora White declara que todos os a porta da graça se fecha para alguém. (patriarcas e profetas, 140). “Alguns estão no fim de seu período de oportunidades; e está tudo bem com eles? Obtiveram eles o que lhes é necessário para a vida futura?” (testemunhos para a igreja, vol.5,18). A questão não é relativa ao máximo desenvolvimento do pecado de um lado, ou o alcance de uma condição “sem pecado” de outra. Aqueles para quem a porta da graça se fecha estão envolvidos, ou em uma crescente experiência de pecado no qual perseveram ou numa crescente experiência na justiça e perseverança nela. O assunto é decisão definitiva, e assim será quando essa experiência ocorrer numa escala global.

Falando do fechamento da porta da graça para o mundo todo, a senhora White escreveu: “Todo caso foi decidido para salvação ou para perdição” (primeiros escritos, 36) “o destino de todos terá sido decidido para a vida ou para a morte” (grande conflito, 490). (Ver também o desejado de todas as nações, 636) É tarde demais para uma mudança, o caráter está formado (fixado). “O segundo advento de Cristo não muda nosso caráter. Apenas o fixa para além das possibilidades de mudança para toda a eternidade” (testemunhos para a igreja, vol.5, 466). A misericórdia “não mais pleiteia pelos culpados habitantes da terra” (grande conflito, 613).

Os justos manifestam uma inabalável aliança com Cristo. “o teste final veio sobre o mundo e todos que provaram ser fiéis aos princípios divinos receberam o selo do Deus vivo, então Jesus cessou sua intercessão no santuário do céu.” (Ibid, 613).

Viver sem um mediador não significa viver sem a justiça de Cristo, ou sem o Espírito Santo ou sem a graça salvadora de nosso Senhor. Desde que todos os casos foram decididos para salvação ou para perdição, o trabalho de nosso divino advogado está concluído. Satanás não pode trazer mais acusações contra os santos, pois Cristo já respondeu a todas. Os casos de todos os santos já foram levados às cortes do céu. Cristo defendeu nossa causa com sucesso e assegurou um julgamento em nosso favor. Nada agora pode mudar o veredicto. Não há mais nada a dizer.

Excetuando Satanás e sua hoste, há agora no universo perfeita concordância por todo o universo em relação à decisão do tribunal de Cristo em favor dos santos. Nenhum membro da Divindade precisa fazer qualquer defesa em favor deles. Tudo que resta é Cristo retornar para levar os santos para reinar com ele os mil anos (apocalipse 204-6).

Por causa de sua irrevogável e imutável decisão de estar diante de Deus, não há mais necessidade de Cristo interceder diante de Deus por sua salvação ou redenção. Os santos foram declarados os herdeiros legais da nova terra. Sua permanência daqui por diante é uma última justificação e vindicação perante o tribunal de Deus e perante um universo sem pecado. O fato de que eles escolheram sem qualificação (merecimento), a justiça de Cristo, espera apenas o recebimento da natureza incontaminada pelo pecado na segunda vinda de Cristo, quando o que é mortal será revestido de imortalidade e o que é corruptível for revestido de incorruptibilidade. (1 Cor 15:52 54).

“Quanto mais temos uma visão clara da perfeição e infinita pureza de Cristo, nós nos sentiremos como Daniel, quando ele contemplou a glória do Senhor, e disse, “minha beleza se tornou em corrupção”. Não podemos dizer que estamos sem pecado! Até que esse corpo vil seja transformado na semelhança do seu corpo glorioso. Mas se nós continuamente buscarmos seguir a Jesus, a bendita esperança de comparecer diante do trono sem mancha ou ruga, ou coisa semelhança é nossa, completos em Cristo, vestidos (cobertos) com sua justiça e perfeição” (sinais dos tempos, 23 de marca de 1888)

3. A condição e experiência dos crentes

Qual a condição espiritual dos santos após o fechamento da porta da graça? Os santos, de qualquer forma, refletem as condições que refletem uma condição de pecado? Se sim, o sangue expiatório e méritos de Cristo ainda estão disponíveis?

A senhora White descreve a experiência dos santos no tempo de angústia de Jacó como pessoas quem tem “uma profunda percepção de suas insuficiências, e quando elas relembram suas vidas, sua esperança parece prestes a afundar. ...se o povo de Deus tivesse pecados não confessados a aparecer diante deles... eles seriam vencidos, o desespero destruiria a fé deles. ...mas enquanto eles têm uma profunda percepção de sua indignidade , eles não terão erros ocultos a revelar” (patriarcas e profetas, 202 itálicos supridos).

“Enquanto Satanás acusa o povo de Deus por seus pecados, o Senhor o permite prová-los até o extremo. Sua confiança em Deus, sua fé e sua firmeza serão severamente testadas. ... eles são perfeitamente conscientes de sua fraqueza e indignidade” (grande conflito 618).

Falando dos santos no tempo de tribulação, a senhora White escreve:

“Os que agora exercem pouca fé, correm maior perigo de cair sob o poder dos enganos de Satanás, e do decreto que violentará a consciência. E mesmo resistindo à prova, serão, imersos em uma agonia e aflição mais profundas no tempo de angústia, porque nunca adquiriram o hábito de confiar em Deus. As lições da fé as quais negligenciaram, serão obrigados a aprender sob a pressão terrível do desânimo.” (Ibid, 622)

“Foi pela entrega de si mesmo e por uma fé tranqüilizadora que Jacó alcançou o que não conseguira ganhar com o conflito em sua própria força. ... de modo semelhante será com aqueles que vivem nos últimos dias. Ao rodearem-nos os perigos, e ao apoderar-se da alma o desespero, devem confiar unicamente nos méritos da obra expiatória. ... Em toda a nossa desajudada indignidade, devemos confiar nos méritos do Salvador crucificado e ressuscitado. Ninguém jamais perecerá enquanto fizer isto.” (patriarcas e profetas 202, 203).

Dois fatos claros das declarações de Ellen White: Primeiro, mesmo alguns dos santos serão encontrados falhando (faltando) na fé depois do fechamento da porta da graça o que lhes criará angústia e conflito. Mas falhar na fé é pecado. “falta de fé e falta de amor são os grandes pecados dos quais o povo de Deus é culpado” (testemunhos para a igreja, vol.3, 475). Certamente falta de amor e de fé não são coisas que existem num estado de impecabilidade. Pois essa falta de fé foi aspecto essencial do pecado original de Adão e Eva.

Obviamente essa condição descrita por Ellen White nega a afirmação de que os santos terão alcançado estado de impecabilidade absoluta. Se os santos fossem (nesse ponto da história) realmente impecáveis e livres do que alguns chamam de “pecado original”, com seria possível que eles revelassem tal falha relativamente à fé? Tal declaração não é vista em nenhuma declaração de Ellen White. As afirmações dela têm que ver com “pecados não confessados”, “erros escondidos”.

Segundo, a salvação pela graça e os méritos da redenção de Cristo ainda estarão disponíveis depois que a porta da graça se fechar. Os crentes ainda confiam nos méritos de Cristo. A distinção que alguns querem fazer entre “graça salvadora” e “graça capacitadora” antes e depois do fechamento da porta da graça é totalmente não bíblica. A Bíblia não fala nada nesse sentido.

Seja lá o que se entenda por graça salvador ou graça capacitadora, o fato e que elas não vêm em pacotes separados, uma antes do fechamento da porta da graça e outra depois. Ou que a graça salvadora é para pecadores e a graça capacitadora é para aqueles já purificados do pecado. Ambos esses aspectos da graça estão disponíveis em qualquer momento da vida de um cristão até o dia da volta de Jesus Cristo.

O uso bíblico da palavra “graça” é um. Graça é o eterno e livre favor de Deus, manifesto para com os culpados e indignos. Graça é algo totalmente separado de conceitos humanos de merecimento ou impecabilidade. A graça pertence a um lugar onde a pecaminosidade existe. Ela superabunda sobre a indignidade humana como é a experiência dos santos depois do fechamento da porta da graça. Vamos distinguir graça como um atributo de Cristo e graça como um método de salvação tornado possível pelo sacrifício de Cristo.

O limitado e imperfeito estado espiritual dos santos descritos por Ellen White requer a aplicação dos méritos expiatórios de nosso Senhor e a viabilidade (possibilidade) de se receber a justiça de Cristo. O estado dos santos é descrito em termos de: fraqueza, insuficiência e indignidade. A corrupção da natureza pecaminosa é manifesta nos santos enquanto vivem com esse corpo mortal. Conseqüentemente, durante o tempo de angústia de Jacó, temor e tremor, fraqueza e indignidade refletem o estado pecaminoso e insuficiente dos santos. Ainda assim o Deus eterno é o refugio deles! A cada momento eles vivem e são salvos pela maravilhosa graça de Deus! Não há evidência em nenhum lugar nas Escrituras ou no Espírito de profecia que indica, ainda que seja a mais leve mudança na salvação pela graça conferida diariamente aos santos.

Mesmo o término da obra intercessória de Cristo e o fato de todos os casos estarem resolvidos não afasta a Deus nem um passo para mais longe de nós. Pelo contrário ele se torna mais próximo do que jamais havia estado antes. Se a justiça de Cristo está disponível, então está disponível também sua graça salvadora. A implicação de que Cristo esteja de alguma forma, pelo término de seu ministério sumo sacerdotal, em posição diferente para com seu povo, é falsa! Aqueles que pensam de maneira diferente o fazem por que falham em compreender a doutrina bíblica da salvação pela graça depois do fechamento da porta da graça. Paulo nos legou em 2 cor 12:9: “A minha graça te basta, por que o meu poder é aperfeiçoado na fraqueza.” A experiência de Paulo não é diferente da experiência disponível a nós agora, ou em qualquer momento da história antes do retorno de Jesus Cristo.

Espreitando desconfortavelmente perto dessa doutrina de perfeição sem pecado absoluta está a doutrina de que a graça que salva não é mais necessária, mas que devemos ter perfeição impecável para termos certeza de nossa salvação. Isso sempre foi um problema para aqueles que não admitem ou reconhecem seu estado atual de pecaminosidade. Com o fechamento da porta da graça nós vemos nossa força transformada em fraqueza como a que Ellen White descreve, com o objetivo de que não mais vivamos sendo lei para nós mesmos, mas que há um povo que vive por Cristo apenas. A experiência dos santos após o fechamento da porta da graça revela conclusivamente que ser salvo é ser liberto do engano de colocarmos nosso eu (ego) firmemente no centro de nossa experiência de vida. A despeito de afirmarem o contrário, os proponentes da doutrina da impecabilidade se agarram a isso a ponto de suas fraquezas e indignidades terminem em “poder” ainda antes da segunda vinda de Cristo.

A salvação pela graça não é uma cura completa. A obra da graça não é mágica. O apóstolo Paulo aprendeu isso. Não há nada que garanta que, com o fechamento da porta da graça não teremos mais problemas espirituais. Isso é evidente a partir da descrição dos santos feita por Ellen White.
A salvação pela graça clama aos santos para que reconheçam sua pecaminosidade até o volta de Jesus. Cristo está dizendo para nós, não há saída, exceto entender que sua graça é suficiente em meio às fraquezas de nosso estado pecaminoso.

O que é certo sobre nossa condição final no fechamento da porta da graça não é que nossas vidas serão magicamente transformadas e colocadas acima das lutas e agonias do mundo e dos ataques de nosso inimigo. O que surge é que a libertação é completa no contexto de nossa fraqueza! A graça de Cristo não nos livra das fraquezas de nosso estado pecaminoso. A fé traz a garantia e poder salvador de Deus em nossa fraqueza. A força é dele e não nossa. Não podemos confundir essas coisas.

Se um homem é sem pecado, ele já está debaixo da graça, se ele depende da graça então ele é ainda pecador.

“Alguns há que apanham da Palavra de Deus e também dos Testemunhos parágrafos ou sentenças destacados que podem ser interpretados de maneira a se ajustarem a suas idéias, e nelas se detêm, e apóiam-se em suas próprias posições, quando Deus não os está dirigindo. Aí está o vosso perigo. Tomais passagens dos Testemunhos que falam do fim do tempo da graça, da sacudidura do povo de Deus, e falais da saída dentre esse povo de outro povo mais puro, santo, que surgirá. Ora, tudo isso agrada ao inimigo. Não devemos adotar, desnecessariamente, um procedimento que origine divergências ou suscite dissensões. Não devemos dar a impressão de que se nossas idéias particulares não forem seguidas, é porque os pastores estão falhando na compreensão e na fé, e estão andando em trevas.” (Mensagens escolhidas Vol.1, 179)

4. E o santuário será purificado

“E até duas mil trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado” Dn 8:14
Note que a passagem bíblica sobre a purificação do santuário não pode ser relacionada de forma nenhuma com o coração ou com a mente humana. Esse santuário a ser purificado nada tem a ver com a purificação de corações ou vidas humanas como dizem alguns. Tal visão está em franca contradição e oposição ao claro pronunciamento de Ellen White sobre o santuário no capítulo “o que é o santuário?” no livro o grande conflito. Ela diz que o santuário é o “verdadeiro tabernáculo” no céu, para o qual o santuário terrestre apontava (grande conflito, 417). Que aqueles que ensinam uma conexão entre esse santuário e a vida humana estejam em erro é claro pelo fato de que Daniel 8, a contaminação do santuário é causada pelo chifre pequeno que tira o sacrifício diário. O chifre pequeno lança por terra o santuário e seu exército:
Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (Daniel 8:13)

A resposta no verso 14 é: ate 2.300 tardes e manhãs... então o santuário será purificado.

A doutrina da perfeição absolutamente impecável é muitas vezes baseada sob uma falsa interpretação do sentido da expressão: “purificação do santuário” e a expiação final. Se a perfeição absoluta é algo a ser alcançado pelos santos antes do fechamento da porta da graça, então o pecado “original” deve ser também erradicado. Isso é feito ao igualar os pecados de ignorância (lev 4) com o pecado original cuja expiação final elimina no contexto do funcionamento do ritual do santuário.

Porém, tanto o significado hebraico da palavra e o contexto bíblico mostram o quanto os advogados de tal visão estão equivocados em seu uso das Escrituras. O termo “pecados de ignorância” se referem aos pecados feitos inadvertidamente, sem querer (Deut. 19:4; Josué 20:3/5; Num 35:11, 15; Lev 22:14). O velho testamento usa essa expressão para contrastar esses pecados com os pecados feitos com “mão levantada” ou de forma pública e desafiadora. Não nada a ver com pecado no inconsciente humano, ou com o pecado que jaz na natureza humana. O Termo está longe de se relacionar com o conceito de “pecado original” a ser eliminado dos santos nos últimos dias (e antes do fechamento da porta da graça).

Devemos vigiar e orar por direção divina para que não incorramos no julgamento: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22:29).

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Simão Barjonas... Pedro!


Pedro, cujo nome era Simão, era filho de um homem Chamado Jonas (Mt 16:17).
Pedro era natural de Betsaida (Jo 1:44). Jesus, em sua primeira audiência com Pedro, disse que ele seria chamado Cefas (que significa Pedro) (Jo 1:42).
Pedro acompanhou o ministério público de Jesus desde o início.
Ele era casado (1 cor 9:5), e um dos episódios narrados nos evangelhos é a da cura da sogra de Pedro (Mt 8:14-15/Mc1:29-31/Lc4:38-39).
Ele era pescador (Mt 4:18) e trabalhava com seu irmão André e com os filhos de zebedeu (Mt 4:18-22).
Recebeu o chamado para o discipulado no início do ministério de Jesus (Mt 4:19). Jesus usou um barco de Pedro para discursar para a multidão (L 5:3). Após isso Jesus o primeiro milagre da pesca maravilhosa, onde Pedro e os discípulos conseguem pegar grande quantidade de peixe durante o dia, quando tinham pescado a noite (melhor horário para a pesca na região) sem nenhum sucesso. Essa história está registrada em Mt 4:18-22/Mc1:16-20 e Lc 5:1-11.
Pedro passou por uma experiência muito marcante em outro momento do ministério de Jesus, quando este veio caminhando por sobre as águas e Pedro pediu para ir ao seu encontro (Mt 14:22-33). Pedro andou sobre as águas como seu Senhor e quando começou a submergir pela razão de “ter duvidado” (Mt 14:31) foi seguro pela mão de Jesus Cristo.
Em um dos momentos teológicos mais importantes dos evangelhos, os discípulos são confrontados com a questão da identidade de Cristo. Pedro fala em nome de todos e revela a confiança deles de que aquele homem que ali estava com eles era o Filho de Deus ( Mt 16:16). Jesus Cristo declara diante de todos que Pedro (como todos aqueles que partilham de sua convicção) é bem aventurado, e não partilha dessa convicção movido pela lógica humana, mas pela atuação do Pai que abre a mente e o coração dos homens para que eles reconheçam a Jesus. Na passagem imediatamente subseqüente (Mt 16:21-23), porém, Pedro repreende a Jesus por estar ensinando livremente sobre seus sofrimentos e morte e recebe uma das mais incisivas e pesadas repreensões de Jesus jamais registradas. Jesus não identificou Pedro como Satanás, mas percebeu sua influência sobre os pensamentos e palavras do discípulo que ainda não havia compreendido a missão de Cristo em conexão com sua identidade.
Pedro estava com Jesus de forma íntima e especial em várias ocasiões, como na transfiguração (Mc 9:4-6) e no getsemani (Mt 26:36-37) dentre outras ocasiões. Pedro era grande amigo de João, o discípulo amado e apóstolo de Jesus Cristo. Essa amizade é vista em muitas passagens nos evangelhos e em atos (alguns poucos exemplos são: João 20:1-10 e Atos 3:1-10.
Pedro era impetuoso e com uma personalidade forte e marcante, e exercia liderança natural no grupo dos discípulos.
Ele, porém protagonizou uma das cenas de maior impacto negativo na história da igreja quando negou Jesus 3 vezes (Mt 26:69-75/ Mc 14:66-72; Lc 22:55-62 e João 18:15-18/25-27). Foi perdoado e citado por nome no encontro marcado depois da ressurreição (Mc 16:7).
Pedro foi confrontado por Cristo três vezes com a pergunta: “Tu me amas?” (Jo 21:15-23) e ele se entristeceu, porém recebeu de Cristo graça e o chamado para o seguir. Pedro foi um dos homens mais influentes da história da igreja cristã e um grande discípulo e apóstolo de Jesus Cristo.

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