"considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus."
(Romanos 6:11)
Reforma política, Trindade e negação do EU.
Pensando hoje na situação social e política de nosso país, percebo que tenho refletido em temas interligados que jamais me ocorreram antes dessa situação tão dramática em meio ao turbilhão dessa crise sem precedentes.
Vendo um programa onde Alexandre Garcia entrevistada um senador (PT) e uma senadora (PMDB) a respeito do prosseguimento do processo de impeachment no senado fui lembrado que todos os presidentes desde FHC têm falado em "reforma política", mas o tema não sai do papel, sendo bem mais lento que o processo de Eduardo Cunha na Câmara dos deputados (o mais lento de toda a história).
Qual a razão principal?
As maiores bancadas são decisivas para a aprovação de qualquer projeto e uma reforma política que torne nosso país melhor representado e melhor governado implica em que tais partidoes/bancadas cortem na própria carne e isso ninguém quer fazer!
Estudando o livro de Dorothy Sayers sobre "a mente do Criador" (
http://www.erealizacoes.com.br/produto/a-mente-do-criador) tenho refletido sobre a natureza trinitária da criatividade humana e hoje pensei algumas coisas a respeito de uma estrutura trinitária na divisão entre nossos três poderes na república federativa do Brasil em seu estado democrático de direito.
O que eu pensei a partir disso?
Houve um "poder" que cortou em sua própria carne. Jesus (tão poderoso quando o Pai e o Espírito Santo) fez o que ninguém no poder quer fazer, perder. Perder privilégio, perder honra, mesmo perder paz, prazer ou acima de tudo perder a vida.
Nessa atitude Jesus demonstrou não somente um ótimo exemplo, mas a radical diferença entre a lógica e postura humana e divina diante das coisas. Enquanto cada um tenta proteger seus benefícios de todas as formas, Jesus se expôs a não ter onde reclinar a cabeça e depois à cruz.
O resultado da atitude de Cristo vai além de criar "governabilidade", ele cria redenção para aquilo que de outra forma não tem perdão.
Nosso país não tem solução nem perdão enquanto proteger e celebrar o egoísmo humano que a tudo corrompe.
Se o nosso país decidir cortar na própria carne e especialmente se os ricos e poderosos entenderem que não é possível que toda a sociedade viva bem numa estrutura tão injusta e tomem decisões que limitem sua riqueza e militem contra a ganância desenfreada, talvez haja solução se agirmos de forma competente e continuada a partir de ontem.
A solução, porém, esbarra ou é absolutamente impedida na dificuldade em que cada um tem para "morrer". Não falo da morte natural, mas a morte espiritual para o pecado além da qual nenhum compromisso há com o egoísmo até então reinante.
Se houver uma morte para o eu da parte dos poderosos, pode ser que haja uma reforma política, de outra forma, não adiantará NADA mudarmos nossa presidente Dilma por um presidente Temer que além de certa dignidade e esperança restaure pelo menos o uso básico do vernáculo nos limites do território nacional. Caso seja só isso o que o "novo governo" tenha a oferecer, pouquíssima coisa vai melhorar de verdade e a única solução será o fim do mundo.
Politicamente, creio ser possível inspirar a sociedade com princípios espirituais tais que freiem uma maior iniquidade enquanto Jesus não vem, mas não creio que o mundo se converterá.
Resta-nos ser uma igreja que prega o Evangelho com vistas à salvação de indivíduos que tenham coragem de morrer para o EU, e não devemos converter o corpo de Cristo numa entidade política que se iluda com a morte para o EU de poderosos que, então, de posse da verdade do Evangelho possam agir para diminuir injustiças mil.
As injustiças em nosso país não são terríveis apenas pelo quadro moral que proporcionam em nível teórico, mas pela miséria prática que tal postura gera em muitos sentidos apesar de sermos uma das nações mais ricas de todo o mundo. E o Evangelho é única solução eficaz!
Att, Pr. Ezequiel Gomes
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