segunda-feira, 22 de março de 2010

O concílio de Jerusalém



"Então se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão..." Atos 15:6

O concílio de Jerusalém é um evento importante na história da igreja cristã relatada no livro de Atos. Howard Marshall em seu comentário Tyndale do Novo Testamento sobre o livro de Atos disse que atos 15 é o centro estrutural e teológico do livro. 
O relato bíblico diz que alguns indivíduos desceram da Judéia e começaram a ensinar aos gentios que a circuncisão era necessária para a salvação (verso 1). Levantou-se grande contenda entre o grupo judaizante e Paulo e Barnabé, que em resultado dessa contenda decidiram ir a Jerusalém por causa dessa questão. Essa atitude numa igreja jovem mostra os princípios de unidade e organização que devem guiar o corpo de Cristo em suas atitudes. Pode-se dizer que a igreja cristã estava aqui enfrentando sua primeira crise doutrinária. 
Os argumentos dos judaizantes eram fortemente baseados na Bíblia, porém era falho ao tornar a circuncisão um teste de comunhão, uma forma de entrada na igreja e um meio de salvação. A problemática da circuncisão é a mesma que envolve toda a discussão da carta aos gálatas. Muitas vêem um só evento descrito tanto em Gálatas 2:1-10 e em Atos 15:1-30. Problemas surgem quando esses dois relatos são interpretados de forma a corresponderem ao mesmo acontecimento. Essas dificuldades desaparecem quando vemos os dois relatos como tratando de dois acontecimentos diferentes, porém unidos por uma temática comum bastante evidente, o que não seria algo impossível, ou mesmo difícil de acontecer.
Em ambos os casos o problema era a circuncisão (atos 15:5) (e também a observância da lei de Moisés) para a salvação.
No verso 6 de atos 15 se revela uma reunião e o verso 23 complementa a informação de que nessa reunião estavam presentes apóstolos, presbíteros e irmãos. Pedro fez o discurso inicial (15:7-11) após um debate acalorado (verso 7). Pedro relembrou sua vocação e chamado para pregar o evangelho aos gentios e os resultados salvadores na vida dos gentios (não circuncidados entes ou depois da conversão). 
Paulo e Barnabé, contando agora com o silêncio da multidão (verso 12) relataram quantos sinais e prodígios Deus tinha feito no meio deles para a salvação dos gentios. Depois desses discursos Tiago expõe as bases bíblicas e teológicas da missão aos gentios (15:15-18) e emite um parecer aceito por todos de pleno acordo (15:25). Esse parecer (versos 20 e 29) prescreveu proibições aos gentios (que se abstivessem das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas (pornéias), da carne de animais sufocados e do sangue. 
O parecer da igreja não ordenou a circuncisão dos gentios nem a obrigatoriedade (ou mesmo validade) da observância da lei de Moisés para a salvação. Judas (judeu) e Silas (grego) foram enviados com Paulo e Barnabé com uma carta com o parecer da igreja para garantir a autenticidade do mesmo e quando os gentios receberam o veredicto eles se alegraram grandemente (15:31). 
As proibições recomendadas aos gentios não eram uma revelação absoluta ou completa de tudo que Deus pedia dos gentios convertidos. Esses mandamentos e ordens do Senhor provavelmente foram dadas nesse contexto para evitar que a discussão cultural, e a descontinuidade na questão da circuncisão fizesse com que a igreja gentílica deixasse de lado coisas essenciais em seu relacionamento com Deus em nome de estes não serem judeus. Muito facilmente os gentios poderiam, em nome de suas próprias culturas, julgar que idolatria (agora em nome de personagens cristãos),  má alimentação ou sexualidade sem fronteiras eram áreas “livres” de legislação ou de proibições. 
Certamente muitos gentios poderiam cair na armadilha de estar adorando ao Senhor em espírito e em verdade enquanto continuariam a praticar coisas condenadas por Deus.




O fato de o concílio não mencionar a obrigatoriedade da guardado sábado tem servido de desculpa para muitos cristãos dizerem que estão livres a essa obrigação para com Deus. Seus argumentos não se sustentam diante da revelação. O concílio de Jerusalém não recomenda a guarda do sábado nesse contexto aos gentios, mas também não lhes recomenda não matar, não roubar ou não mentir, coisas declaradamente condenadas na Palavra de Deus sob pena de perdição. Usar tal argumento é demonstrar ignorância ou maldade mentirosa e ambas são condenadas na Bíblia (Oséias 4:6 e Jeremias 23:32). O concílio de Jerusalém é um capítulo importante da história da igreja onde vemos a poderosa ação de um grupo de cristãos organizados e guiados pelo Espírito Santo (15:28).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Paulo, servo de Jesus Cristo!


Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus... (romanos 1:1)
Paulo aparece no relato bíblico pela primeira vez em Atos 7:58, no contexto do apedrejamento de Estevão (At 6:8 até 7:60).
Nesse relato ele ainda é conhecido por seu nome de nascença, Saulo. Natural da cidade de Tarso, na Cilícia (At 21:39) e por direito de nascimento ele era cidadão romano (At 22:27-18)
Saulo era, segundo suas próprias palavras “da linhagem de Israel, da tribo de benjamim, hebreus de hebreus” (Fl 3:5). Ele foi criado em Jerusalém e foi instruído nas tradições e leis judaicas aos pés de Gamaliel (At 22:3), um grande e reconhecido mestre de seu tempo (At 5:34). Fazia parte da seita dos fariseus (At 26:5), a seita mais severa da religião judaica.
Existe um texto bíblico que pode implicar que Saulo era membro do Sinédrio. Essa implicação surge do fato de que Paulo, relembrando suas atitudes contra os cristãos antes de sua conversão, disse que dava seu voto em favor do assassinato de cristãos (At 26:10). O único local, em Israel onde essa prática era legalmente seguida em Israel era no Sinédrio. Isso, se coerente com a realidade histórica, implicaria que Saulo, nesse momento de sua vida fosse casado, tinha mais de 30 anos e tinha boa reputação diante do povo (todas as prerrogativas para se fazer parte do Sinédrio em Israel naqueles dias), outra alternativa era que Saulo foi feito membro do Sinédrio não necessariamente por preencher essas prerrogativas de forma estrita, mas pela parte que desempenhou no caso de Estêvão, o que lhe concedeu destaque dentre os inimigos de Cristo (essa é a posição de Ellen White em Atos dos apóstolos, pg 102).
A Bíblia descreve Saulo como perseguidor implacável da igreja (At 8:1/3) e a exatidão dessa descrição é atestada pelo testemunho pessoal do mais tarde conhecido como apóstolo dos gentios, Paulo em 1 Cor 15:9. Saulo de Tarso, como era conhecido (At 9:11), foi até o sumo sacerdote pedir cartas para perseguir e prender os cristãos em Damasco e os levar a Jerusalém (At 9:1-2).
No caminho para cumprir o plano de prender os cristãos Saulo teve uma experiência sobrenatural com Jesus Cristo (At 9:3-9). Saulo recebe instruções de se levantar e entrar em Damasco, onde ele receberia instruções posteriores.
Deus dá uma visão a Ananias, discípulo de Jesus, e este conduz Saulo a uma experiência de restauração de sua visão, a qual havia perdido com o resplendor da visão de Cristo, e ao batismo (At 9:10-18). Logo Paulo se tornou um pregador do evangelho (At 9:20).
Paulo, logo no início de seu ministério era poderoso em demonstrar que Jesus é o Cristo (At 9:22) e logo suscitou oposição contra si mesmo por parte dos judeus (At 9:23). Paulo fez três grandes viagens missionárias (At 13-14/ At15-18/ At 19-21) e pregou o evangelho em boa parte do mundo conhecido de sua época.
Paulo escreveu grande parte do Novo Testamento. 14 epístolas ao todo, se considerarmos Hebreus como de sua autoria, pelo menos enquanto autor do conteúdo teológico do livro, inda que o estilo literário definitivamente não seja o estilo comum de Paulo encontrado nas outras epístolas assinadas pelo apóstolo. A Bíblia não relata a morte de Paulo.
Em atos vemos Paulo preso em Roma, porém livre para pregar o evangelho (Atos 28:30-31). Em 2 Tim 4:6-8 Paulo indica saber que sua morte está próxima.
A tradição diz que Paulo foi decapitado em Roma num local denominado Via Ostiense, provavelmente não foi crucificado por ser um cidadão romano.

Perfeição cristã...


"Sede perfeitos como perfeito é vosso pai que está no céu" Mateus 5:48

A perfeição cristã é tema interessantíssimo e espinhoso. Vemos imperfeição em nós mesmos e em todos, então essa ordem não trata de uma possibilidade real e seria indigina de ser considerada Palavra de Deus? ou simplesmente não somos perfeitos e isso indica que não somos cristãos verdadeiros?

Estou trazendo, nesse contexto a tradução de um artigo de Edward Heppenstall, intitulado "algumas considerações teológicas sobre perfeição"

O artigo foi tirado do site do instituto de pesquisas bíblicas, e o link original se segue:

http://biblicalresearch.gc.adventist.org/documents/perfection%20Heppenstall.htm

O texto é extenso (13 páginas de word) mas vale a pena de ser estudado por todos que tenham interesse no tema, especialmente as partes onde ele trata da perfeição num contexto de fechamento da porta da graça e dos eventos finais da história desse mundo entes que nosso Senhor retorne nas nuvens do céu com poder e grande glória!

Maranata!


1. O ensino bíblico sobre perfeição

A verdade sobre a doutrina e a experiência cristão em relação à perfeição é aquela que faz justiça aos significados e usos bíblicos da palavra perfeição. A Bíblia ensina que o cristão cresce na graça e rumo a ser a imagem de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele continuamente tem fome e sede de justiça. Há séria e sincera busca por santidade espiritual.

Saibam mais...

Simão Barjonas... Pedro!


Pedro, cujo nome era Simão, era filho de um homem Chamado Jonas (Mt 16:17).
Pedro era natural de Betsaida (Jo 1:44). Jesus, em sua primeira audiência com Pedro, disse que ele seria chamado Cefas (que significa Pedro) (Jo 1:42).
Pedro acompanhou o ministério público de Jesus desde o início.
Ele era casado (1 cor 9:5), e um dos episódios narrados nos evangelhos é a da cura da sogra de Pedro (Mt 8:14-15/Mc1:29-31/Lc4:38-39).
Ele era pescador (Mt 4:18) e trabalhava com seu irmão André e com os filhos de zebedeu (Mt 4:18-22).
Recebeu o chamado para o discipulado no início do ministério de Jesus (Mt 4:19). Jesus usou um barco de Pedro para discursar para a multidão (L 5:3). Após isso Jesus o primeiro milagre da pesca maravilhosa, onde Pedro e os discípulos conseguem pegar grande quantidade de peixe durante o dia, quando tinham pescado a noite (melhor horário para a pesca na região) sem nenhum sucesso. Essa história está registrada em Mt 4:18-22/Mc1:16-20 e Lc 5:1-11.
Pedro passou por uma experiência muito marcante em outro momento do ministério de Jesus, quando este veio caminhando por sobre as águas e Pedro pediu para ir ao seu encontro (Mt 14:22-33). Pedro andou sobre as águas como seu Senhor e quando começou a submergir pela razão de “ter duvidado” (Mt 14:31) foi seguro pela mão de Jesus Cristo.
Em um dos momentos teológicos mais importantes dos evangelhos, os discípulos são confrontados com a questão da identidade de Cristo. Pedro fala em nome de todos e revela a confiança deles de que aquele homem que ali estava com eles era o Filho de Deus ( Mt 16:16). Jesus Cristo declara diante de todos que Pedro (como todos aqueles que partilham de sua convicção) é bem aventurado, e não partilha dessa convicção movido pela lógica humana, mas pela atuação do Pai que abre a mente e o coração dos homens para que eles reconheçam a Jesus. Na passagem imediatamente subseqüente (Mt 16:21-23), porém, Pedro repreende a Jesus por estar ensinando livremente sobre seus sofrimentos e morte e recebe uma das mais incisivas e pesadas repreensões de Jesus jamais registradas. Jesus não identificou Pedro como Satanás, mas percebeu sua influência sobre os pensamentos e palavras do discípulo que ainda não havia compreendido a missão de Cristo em conexão com sua identidade.
Pedro estava com Jesus de forma íntima e especial em várias ocasiões, como na transfiguração (Mc 9:4-6) e no getsemani (Mt 26:36-37) dentre outras ocasiões. Pedro era grande amigo de João, o discípulo amado e apóstolo de Jesus Cristo. Essa amizade é vista em muitas passagens nos evangelhos e em atos (alguns poucos exemplos são: João 20:1-10 e Atos 3:1-10.
Pedro era impetuoso e com uma personalidade forte e marcante, e exercia liderança natural no grupo dos discípulos.
Ele, porém protagonizou uma das cenas de maior impacto negativo na história da igreja quando negou Jesus 3 vezes (Mt 26:69-75/ Mc 14:66-72; Lc 22:55-62 e João 18:15-18/25-27). Foi perdoado e citado por nome no encontro marcado depois da ressurreição (Mc 16:7).
Pedro foi confrontado por Cristo três vezes com a pergunta: “Tu me amas?” (Jo 21:15-23) e ele se entristeceu, porém recebeu de Cristo graça e o chamado para o seguir. Pedro foi um dos homens mais influentes da história da igreja cristã e um grande discípulo e apóstolo de Jesus Cristo.

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