Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu
Apocalipse 13:14
A ‘imagem da besta’ é um tema profundamente interessante e jamais deixou de estar envolvido em inúmeras especulações imaginativas sobre o que tal expressão significa na realidade e qual o verdadeiro ‘objeto’ para o qual ela aponta.
“(Cristo) é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Colossenses 1:15). Dessa forma podemos entender que ‘imagem’ (Gk. eikon) implica em duas coisas: Dois seres que: possuem natureza similar, e/ou exercem funções similares em um alto grau de correspondência entre si. Essa correspondência é similar às correspondências entre ‘tipos’, e ‘antítipos’, e ‘arquétipos’.
Assim é que a ‘segunda besta’ (Apocalipse 13:11-18) se torna um agente que “fala” aos habitantes da terra: Façam uma imagem à (primeira) besta (Apocalipse 13:1-10) que foi ferida à espada, mas sobreviveu (Apocalipse 13:14).
A identificação da primeira besta especialmente com o poder romano (Papal) em conexão com Daniel 7 e Apocalipse 17-18 é incontestável e seu cumprimento na história é singular e uma das maiores provas da autenticidade das profecias bíblicas enquanto predição exata de um futuro distante e ‘inimaginável’ da perspectiva do tempo no qual todos esses textos foram escritos.
Dessa forma, a atitude religiosa infiel (denominada como blasfêmia em 13:5) onde o homem se coloca indevidamente no trono de Deus, ‘ostentando-se como se fosse Deus’ (2 Tess. 2:1-4), exercendo corrupção, poder político, econômico e militar (Apocalipse 18:5-6) em uma atitude de perseguição direta contra as verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo tem um cumprimento histórico incontestável.
“A primeira besta simboliza o poder político a serviço do Dragão. A segunda representa a autoridade religiosa que exige obediência à vontade satânica”[i] Dessa forma a singular natureza político-eclesiástica mutante e disfarçada desses dois poderes correlatos e que agem (por instigação de Satanás) contra Deus e contra seu povo é revelada no Apocalipse, séculos antes de então se manifestar na história da humanidade. O único cumprimento possível para as vigorosas imagens simbólicas do último livro da Bíblia só conhece o catolicismo católico romano (em sua pior faceta) como o cumprimento histórico perfeito da babilônia, vestida de ‘púrpura e escarlata’ (18:4), trazendo um ‘cálice cheio de abominações’ e estando sentada sobre ‘sete montes’ (18:9).
As imagens exatas e perfeitas para descrever a manifestação e o ‘caráter’ dessa estrutura político-eclesiástica única, monstruosa, e por séculos intensamente ativa em ‘fazer guerra contra os santos’ (Daniel 7:21) através, por exemplo, dentre muitos outros métodos igualmente demoníacos, da “Santa inquisição” são explícitas em declarar essa estrutura como a plena realização das profecias sobre o chifre pequeno (Daniel 7 e 8) e sobre o "Anticristo".
A ferida de morte (Apocalipse 13:9-12) profetizada a respeito desse poder, entretanto, já está no passado a partir da perspectiva atual da história profética do mundo, e (quase) todo poder, prestígio, influência e glória de Roma Papal são apenas reminiscências de um passado ‘glorioso’ ou de uma saudosa sensação de quem deseja recuperar o poder e influência perdidos na sociedade (pós) moderna.
Uma segunda besta surge da terra, diferente da primeira besta que surgiu do mar, mas a unidade entre elas é revelada quando a obra da segunda besta é de fazer a humanidade convergir para um mesmo objetivo, fazer uma ‘imagem à besta’ (a primeira), através do exercício da ‘mesma autoridade’ que já havia sido usada anteriormente, a autoridade do Dragão (13:2).
Essa autoridade se manifesta no exercício, por parte da ‘segunda besta’, do poder político, econômico, social, religioso, e militar, que já havia sido exercida no passado pela autoridade católico-romana para forçar sua dominação sobre os povos no "melhor" modelo imperialista, ditatorial e cruel!
Os Estados Unidos da América cumprem essa profecia de forma absolutamente perfeita, e uma convergência de suas políticas externas e internas se tornarão cada vez mais claras segundo os padrões que já foram exercidos pela ‘igreja’ de Roma.
A autoridade do homem (em lugar da autoridade de Deus) em decidir quem vive e quem morre (Apocalipse 13:15) é o ato final dessa estrutura política que tem sua ideologia baseada em tudo aquilo que está em oposição à Palavra de Deus e todos percebemos a conjectura política, social, econômica, ambiental, midiática sendo utilizada pesadamente para incutir na mente dos seres humanos a realidade de que ‘precisamos agir’ para reverter esse quadro de insegurança econômica, política, social e ambiental, senão todos perecerão.
As políticas ambientalistas e econômicas tem se tornado, e se tornarão (cada vez mais) apenas as primeiras etapas para ‘salvar’ uma vida humana sustentável (ótimo argumento). As próximas etapas conduzirão ao cumprimento do pouco da profecia que ainda falta se cumprir (Apocalipse 13:15-18) antes do iminente retorno de Jesus Cristo (Apocalipse 14:14-16).
A Imagem da besta se formará quando os Estados unidos novamente formarem uma ‘imagem’ da hierarquia Romana (Papal), onde o homem está no centro, e no topo de todas as decisões, guiado por satanás. Inspirado por tal ideologia, e instigado pelo pecado e pelo Diabo o ser humano se tornará um instrumento de guerra! Guerra contra Deus e contra seus fiéis!
Mas mesmo em meio à essas perspectivas não devemos temer, pois Deus será nosso escudo e fortaleza, socorro bem presente na tribulação!
Vem Senhor Jesus
[i] Yeatts, John R.:
Revelation. Scottdale, Pa. : Herald Press, 2003 (Believers Church Bible Commentary), S. 246
Saibam mais...