sábado, 22 de outubro de 2016

Decepcionados com Deus: 1844 e além (Sermão em áudio)

"Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado"
(Daniel 8:14)

Para ouviu esse sermão apenas clique em Play


Nessa mensagem eu exploro a profecia das 2.300 tardes e manhãs e questões relativas às decepções que as pessoas têm em relação àquilo que elas gostariam que Deus fizesse, mas não faz. Espero que essa mensagem seja relevante para a edificação da igreja. Essa mensagem foi pregada no dia 22 de outubro de 2014 na igreja da Asa Branca, Porto Alegre-RS.

Faça o Download dessa mensagem aqui!!!

Graça e Paz!

Daniel 8

No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi que estava junto ao rio Ulai. Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia. Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele. O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou. Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se me apresentou diante uma como aparência de homem. E ouvi uma voz de homem de entre as margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. Veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e prostrei-me com o rosto em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim. Falava ele comigo quando caí sem sentidos, rosto em terra; ele, porém, me tocou e me pôs em pé no lugar onde eu me achava; e disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim. Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia; mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei; o ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha. Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, levantar-se-á um rei de feroz catadura e especialista em intrigas. Grande é o seu poder, mas não por sua própria força; causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o povo santo. Por sua astúcia nos seus empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu coração se engrandecerá e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas. A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, preserva a visão, porque se refere a dias ainda mui distantes. Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias; então, me levantei e tratei dos negócios do rei. Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse.

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sábado, 11 de junho de 2016

O sexo que agrada o cônjuge e a música que agrada a Deus (sermão em áudio)

"Porque o SENHOR tem piedade de Sião; terá piedade de todos os lugares assolados dela, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do SENHOR; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graças e som de música." 
(Isaías 51:3)

Para ouvir esse sermão apenas clique em Play

Nessa mensagem eu exploro dois temas complicados entre alguns cristãos. A questão da sexualidade e a questão da música. Meu desejo é esclarecer que tais temas são presentes na Bíblia e são importantes, mas existem limites em sua compreensão e aplicação em cada caso particular. Muitas questões a respeito dos dois assuntos são deixados à consciência de cada pessoa e não são objeto de revelação específica.
 Isso indica que os cristãos não devem forçar seu entendimento específico sobre tais realidades indiscriminadamente, pois Deus não colocou tal encargo sobre nenhum ser humano.


Graça e Paz!!!

Esse blog é dedicação à pregação da Bíblica como Palavra de Deus numa perspectiva adventista do sétimo dia. Aqui existem centenas de imagens, vídeos, textos, áudios com conteúdo espiritual pautado nas Escrituras. Levamos a sério tanto a Bíblia Hebraica (Antigo Testamento) como os escritos da Nova Aliança (Novo Testamento) e cremos que eles testificam da pessoa de Cristo como o centro e foco da história do universo.
Nosso alvo é levar educação bíblico-cristã a todos os leitores que passem por esse espaço virtual em busca de mais conhecimento pelo Evangelho. O blog não tem sido atualizado há algum tempo mas voltará a sê-lo no futuro breve. Desejo que a graça de Deus, em Jesus Cristo, abençoe, ilumine e salve a todos e que estejamos prontos para o seu breve retorno nas nuvens do céu!

Maranata!

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quarta-feira, 4 de maio de 2016

A unidade da igreja e a diversidade de opiniões

"...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste..." (João 17:21)

Para ouvir esse sermão clique em Play


A unidade da igreja, pela qual Cristo orou, é uma das questões mais sensíveis num mundo cristão dividido de inúmeras formas. Nessa mensagem exploro a questão da unidade da igreja à luz da diversidade de opiniões sobre tantas coisas entre seus líderes e membros. Espero que essa mensagem seja veículo de edificação de todos os que a ouvirem.


Graça e Paz!

João 17

Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos. Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.

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terça-feira, 3 de maio de 2016

O Homossexualismo é um sinal do fim do mundo?

"Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação." 
(Levítico 18:22)
Sempre que o movimento LGBT busca afirmar sua ideologia e práticas em meio a uma sociedade majoritariamente heterossexual, surgem polêmicas e questões diversas.
Os mais politizados estão ouriçados com a situação atual do Brasil e dizem que tudo é culpa dos "esquerdopatas", referindo-se à comunhão entre partidos políticos de esquerda e a defesa incondicional de minorias como os homossexuais, por exemplo. Já entre os mais religiosos, frequentemente se aponta que o crescimento da homossexualidade, que segundo me consta atinge menos de 10% da população mundial, é uma forma de profecia sobre o fim do mundo.

O ponto é que regulamentos sociais ou religiosos sobre homossexualidade são muito antigos, mesmo na Bíblia, que trata do tema explicitamente no livro de Levítico, escrito há cerca de 3.500 anos atrás... Aparentemente, então, fim do mundo começou há muito tempo atrás! 
Obviamente não faria sentido haver regulação de um "problema" inexistente, mostrando que a homossexualidade era objeto de preocupação do povo de Deus desde "sempre", não apenas no fim de todas as coisas. Só se combate uma situação que existe, haja visto o silêncio absoluto da Bíblia a respeito da relevantíssima necessidade de impeachment de uma presidente por "pedaladas fiscais" que quebram um país economicamente (alguns acrescentariam que a Palavra de Deus nada diz a respeito desse ponto específico mas "deveria"). A Bíblia nada fala sobre impeachment (muito menos sobre um fantasioso golpe) em um estado democrático de direito, pois tal sistema de coisas não fazia parte da realidade do mundo no momento de sua produção, apesar do mandamento "não furtarás" já estar cravado nas tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus há milênios.
Mas voltando ao tema do post, a disney está sofrendo influência e pressão da comunidade LGBT para tornar um de seus sucessos recentes em representante da causa homossexual, mas isso não é exata e necessariamente o fim o mundo, talvez seja apenas o começo de um monte de mi mi mi.
Enquanto isso, o amor continua a se esfria de "quase todos" (Mt 24:12), menos dos verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13:34-35).
Graça e Paz!

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sábado, 23 de abril de 2016

Cuidado com a aparência do bem (sermão em áudio)

"Abstende-vos de toda aparência do mal"
1 Tessalonicenses 5:22

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Nesse sermão eu exploro a lógica de 1 Tessalonicenses 5:22 ao contrário. Ao invés de falar do "mal", porém, eu falo do potencial negativo da "aparência do bem", coisa com a qual a maioria das pessoas não se preocupa. Espero que esse sermão seja útil para a edificação da igreja


Graça e Paz!

Esse blog é dedicação à pregação da Bíblica como Palavra de Deus numa perspectiva adventista do sétimo dia. Aqui existem centenas de imagens, vídeos, textos, áudios com conteúdo espiritual pautado nas Escrituras. Levamos a sério tanto a Bíblia Hebraica (Antigo Testamento) como os escritos da Nova Aliança (Novo Testamento) e cremos que eles testificam da pessoa de Cristo como o centro e foco da história do universo.
Nosso alvo é levar educação bíblico-cristã a todos os leitores que passem por esse espaço virtual em busca de mais conhecimento pelo Evangelho. O blog não tem sido atualizado há algum tempo mas voltará a sê-lo no futuro breve. Desejo que a graça de Deus, em Jesus Cristo, abençoe, ilumine e salve a todos e que estejamos prontos para o seu breve retorno nas nuvens do céu!

Maranata!

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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Reforma política, Trindade e negação do EU

"considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." 
(Romanos 6:11)

Reforma política, Trindade e negação do EU.
Pensando hoje na situação social e política de nosso país, percebo que tenho refletido em temas interligados que jamais me ocorreram antes dessa situação tão dramática em meio ao turbilhão dessa crise sem precedentes.
Vendo um programa onde Alexandre Garcia entrevistada um senador (PT) e uma senadora (PMDB) a respeito do prosseguimento do processo de impeachment no senado fui lembrado que todos os presidentes desde FHC têm falado em "reforma política", mas o tema não sai do papel, sendo bem mais lento que o processo de Eduardo Cunha na Câmara dos deputados (o mais lento de toda a história).
Qual a razão principal?
As maiores bancadas são decisivas para a aprovação de qualquer projeto e uma reforma política que torne nosso país melhor representado e melhor governado implica em que tais partidoes/bancadas cortem na própria carne e isso ninguém quer fazer!
Estudando o livro de Dorothy Sayers sobre "a mente do Criador" (http://www.erealizacoes.com.br/produto/a-mente-do-criador) tenho refletido sobre a natureza trinitária da criatividade humana e hoje pensei algumas coisas a respeito de uma estrutura trinitária na divisão entre nossos três poderes na república federativa do Brasil em seu estado democrático de direito.
O que eu pensei a partir disso?
Houve um "poder" que cortou em sua própria carne. Jesus (tão poderoso quando o Pai e o Espírito Santo) fez o que ninguém no poder quer fazer, perder. Perder privilégio, perder honra, mesmo perder paz, prazer ou acima de tudo perder a vida.
Nessa atitude Jesus demonstrou não somente um ótimo exemplo, mas a radical diferença entre a lógica e postura humana e divina diante das coisas. Enquanto cada um tenta proteger seus benefícios de todas as formas, Jesus se expôs a não ter onde reclinar a cabeça e depois à cruz.
O resultado da atitude de Cristo vai além de criar "governabilidade", ele cria redenção para aquilo que de outra forma não tem perdão.
Nosso país não tem solução nem perdão enquanto proteger e celebrar o egoísmo humano que a tudo corrompe.
Se o nosso país decidir cortar na própria carne e especialmente se os ricos e poderosos entenderem que não é possível que toda a sociedade viva bem numa estrutura tão injusta e tomem decisões que limitem sua riqueza e militem contra a ganância desenfreada, talvez haja solução se agirmos de forma competente e continuada a partir de ontem.
A solução, porém, esbarra ou é absolutamente impedida na dificuldade em que cada um tem para "morrer". Não falo da morte natural, mas a morte espiritual para o pecado além da qual nenhum compromisso há com o egoísmo até então reinante.
Se houver uma morte para o eu da parte dos poderosos, pode ser que haja uma reforma política, de outra forma, não adiantará NADA mudarmos nossa presidente Dilma por um presidente Temer que além de certa dignidade e esperança restaure pelo menos o uso básico do vernáculo nos limites do território nacional. Caso seja só isso o que o "novo governo" tenha a oferecer, pouquíssima coisa vai melhorar de verdade e a única solução será o fim do mundo.
Politicamente, creio ser possível inspirar a sociedade com princípios espirituais tais que freiem uma maior iniquidade enquanto Jesus não vem, mas não creio que o mundo se converterá.
Resta-nos ser uma igreja que prega o Evangelho com vistas à salvação de indivíduos que tenham coragem de morrer para o EU, e não devemos converter o corpo de Cristo numa entidade política que se iluda com a morte para o EU de poderosos que, então, de posse da verdade do Evangelho possam agir para diminuir injustiças mil.
As injustiças em nosso país não são terríveis apenas pelo quadro moral que proporcionam em nível teórico, mas pela miséria prática que tal postura gera em muitos sentidos apesar de sermos uma das nações mais ricas de todo o mundo. E o Evangelho é única solução eficaz!
Att, Pr. Ezequiel Gomes

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Perfeccionismo X Nova Teologia – Uma discussão em perspectiva

A igreja de Cristo na Terra será imperfeita, mas Deus não destrói Sua igreja por causa de sua imperfeição.
(EGW, A igreja remanescente, p. 42)

“Perfeccionismo” Versus “Nova Teologia” – Uma discussão em perspectiva.

Minha história pessoal com o tema

Desde que Jesus Cristo me alcançou, eu aprendi muita coisa que eu não sabia. Além disso, tornei-me uma pessoa muito melhor que era, apesar de permanecer até hoje um ser humano muito ruim, imaginem então como que eu era antes desse encontro! Mas de tudo que aprendi como cristão adventista um assunto me chamou mais a atenção do que os outros (sem fazer juízo de valor sobre temas diferentes), o tema da perfeição cristã, especialmente à luz da ideia do fechamento da porta da graça. Esse tema concentrou grande parte do meu interesse teológico e dos meus esforços acadêmicos desde há muitos anos até hoje.

Houve um tempo (entre seis e três anos atrás, mais ou menos) onde eu discutia quase que diariamente esse assunto na internet de maneira geral com pessoas que pensam de forma diferente de mim, várias delas. Nesse processo aprendi muito sobre a teologia pós-lapsariana e sobre as pessoas por detrás dessa teologia. Não que as muitas pessoas diferentes que crêem nessa ideia sejam todas iguais, longe disso, mas os padrões de pensamento e construção teológica não variam muito nas discussões específicas, então já li, vi e ouvi repetidamente os mesmos argumentos sendo colocados por pessoas diferentes em contextos diferentes a fim de defender uma e a mesma ideia, podemos (ou poderemos em breve) viver sem cometer pecado.

A ideia em si (viver sem pecar) não me foi inicialmente repulsiva quando comecei a entrar em contato com ela, mas a forma de se defender essa possibilidade sempre me pareceu, no mínimo, insatisfatória. O maior responsável humano por minha ojeriza pelo perfeccionismo foi um ex-professor de teologia no IAENE (instituto adventista de ensino do Nordeste) extremamente culto, gente fina acima da média dos pastores professores de teologia e alguém radicalmente ancorado nas questões básicas dessa ideia no adventismo. O nome dele era Joaquim de Azevedo. Ele defendia dentro e fora do SALT (seminário latino americano de teologia) a natureza pecaminosa de Cristo e “idêntica” à nossa natureza, a vitória completa sobre o pecado antes e/ou após o fechamento da porta da graça e a possibilidade de atingirmos genuína “perfeição”.

Eu era novo na igreja quando cheguei ao seminário de teologia e não tinha o menor preconceito contra tais ideias, as avaliei sempre com a seriedade que elas merecem. Mas nesse processo uma coisa em especial me chamou a atenção, sempre tive a impressão de que essa ideia toda incluía a defesa de um ponto de vista um pouco estranho. E o ponto é o seguinte:

As pessoas pecam e são imperfeitas “porque querem pecar e ser imperfeitas” por sua rebeldia deliberada em aceitar “a verdade” (venha ela da Bíblia ou de EGW, com ênfase especial nessa segunda fonte de autoridade).

Essa impressão foi a primeira razão que me fez questionar as teorias do professor supracitado e tudo o que elas representam na IASD.

Logo, entretanto, eu entendi que a visão dele não era a única visão dentro da igreja e tive especialmente um professor radicalmente contra todo esse “perfeccionismo” do Joaquim. O nome dele era Luis Nunes. Um pastor inspirador por sua forma contundente de pregar o Evangelho. Um excelente ganhador de almas, batizou milhares de pessoas através de sua atuação evangelística na época em que não era professor. Ele foi uma grande influência na minha vida.

Isso tudo ocorreu há quase 10 anos atrás (estudei no IAENE entre 2007 e 2008) e me fez pensar muitas coisas sobre muitas coisas. Sempre li muito e sempre fui alguém com pensamento crítico e dediquei-me a aprender esse assunto especificamente. Nesse processo todo, amadureci imensamente como cristão e como líder da igreja e a partir da construção das minhas próprias convicções sobre o assunto é que passei a defender a verdade e a atacar o erro sendo fiel à minha consciência baseada na Bíblia acima de tudo. Hoje, provável e possivelmente sou o pastor brasileiro que mais produziu materiais em áudio sobre esse assunto em geral em todo o território da DSA, mesmo sendo iniciante no ministério adventista.

Através de minha postura sobre o tema fiz muitos amigos e alguns inimigos, mas não por vontade própria. Hoje, há quem me ame e há quem me deteste. Há quem creia que eu sou usado por Deus e há quem creia que eu sou usado pelo Diabo. Mas as discussões sobre esse assunto precisam ser supra-pessoais. Não estamos numa luta de Joaquim contra Luis Nunes, nem de Perfeccionistas malignos contra Pecadores contumazes. A luta em torno desse assunto é uma luta em torno da verdade bíblica a respeito da humanidade, do pecado, de Cristo, da salvação e do fim do mundo.

No passado, quando eu discutia esse assunto e perdia muito tempo com ele nas redes sociais, tive posts que chegaram a ter mil comentários. Centenas ou milhares de textos bíblicos e de EGW eram colocados aliados a centenas ou milhares de argumentos. Com esse tipo de embate eu comecei a amadurecer minha abordagem e quando eu comecei a aprender a combater essa ideia de forma mais efetiva, contundente e potencialmente séria, aqueles que tentavam me converter para “a verdade da vitória contra o pecado” começaram a tentar a prejudicar meu ministério por meios que só mesmo o inferno conhece e admite. Isso me mostrou como é que é a tal vitória contra o pecado e perfeição na prática.

Ver amplamente como essa ideia toda funciona na teoria e na prática me fez perder parte de minha proverbial paciência com essa discussão e tenho estado, em grande medida longe dela, já há uns 2-3 anos. Mesmo assim, eu sou apaixonado por esse assunto e esporadicamente voltei nos últimos 2-3 meses a postar coisas sobre isso e a discutir com amigos que têm acreditado nessa ideia. Tem sido bom, mas sinto o chamado a colocar as questões em torno dessa discussão em termos mais claros para o benefício e instrução daqueles que desconhecem a teoria e as implicações práticas dessa longa briga hermenêutica dentro da IASD. A isso me dedicarei brevemente no que se segue.

Contextualizando os descontextualizados

Na última quinta feira (25/02) publiquei uma breve provocação no facebook dizendo assim: “Gente! Descobri que a ‘Nova Teologia’ adventista mudou a compreensão tradicional e unânime da cristologia da igreja a partir de 1950 com a publicação do livro Questões sobre doutrina e agora ensinam erroneamente que não podemos guardar a lei de Deus e que somos pecadores (quantos absurdos!!!), vê se pode?”
E abaixo coloquei a citação:
“ela (a lei) não podia justificar o homem, porque em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar”
Ellen G. White, 1890
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Algumas pessoas escreveram pontos de interrogações nos comentários (???), mas eu estava sem tempo naquele momento de explicar a piada. Limitei-me a dizer que aquilo se tratava de uma “treta sem fim”.
Então, abaixo recebi uma resposta longa e desafiadora de um amigo pós-lapsariano, chamado Juliano, dizendo assim:
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Ezequiel, o texto supracitado, como muitas vezes faz, foi retirado do contexto ou não? Por vezes, você acusa outros, até mesmo colegas de ministério, de desonestidade por descontextualizar. Porém, mais uma vez você cometeu a mesma infração, o que me leva a lembrar da admoestação em Mateus 7:1-3.

O trecho citado podemos encontrar em Patriarcas e profetas, p. 268. Recomendo que se leia o capítulo, porque ele afirma exatamente o contrário do seu exposto. Para não delongar, aqui apenas postarei a parte anterior ao citado, para demonstrar:

“Havia, porém, uma verdade ainda maior a ser-lhes gravada na mente. Vivendo em meio de idolatria e corrupção, não tinham uma concepção verdadeira da santidade de Deus, da excessiva pecaminosidade de seu próprio coração, de sua completa incapacidade para, por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e de sua necessidade de um Salvador. Tudo isto deveria ser-lhes ensinado.

Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei, com promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: “Se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto, então [...] me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.” Êx 19:5,6. O POVO NÃO COMPREENDIA A PECAMINOSIDADE DE SEUS CORAÇÕES, E QUE SEM CRISTO LHES ERA IMPOSSÍVEL GUARDAR A LEI DE DEUS; e prontamente entraram em concerto com Deus. Entendendo que eram capazes de estabelecer sua própria justiça, declararam: "Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos." Êx 24:7. Haviam testemunhado a proclamação da lei, com terrível majestade, e tremeram aterrorizados diante do monte; e no entanto apenas algumas semanas se passaram antes que violassem seu concerto com Deus e se curvassem para adorar uma imagem esculpida. Não poderiam esperar o favor de Deus mediante um concerto que tinham violado; e agora, vendo sua índole pecaminosa e necessidade de perdão, foram levados a sentir que necessitavam do Salvador revelado no concerto abraâmico e prefigurado nas ofertas sacrificais. Agora, pela fé e amor, uniram-se a Deus como seu Libertador do cativeiro do pecado. Estavam então, preparados para apreciar as bênçãos do novo concerto.

As condições do "velho concerto" eram: Obedece e vive - "cumprindo-os [estatutos e juízos] o homem, viverá por eles" (Ez 20:11; Lv 18:5); mas "maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei". Dt 27:26. O "novo concerto" foi estabelecido com melhores promessas: promessas do perdão dos pecados, e da graça de Deus para renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus. "Este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a Minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração. [...] Porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados." Jr 31:33 e 34.

A mesma lei que fora gravada em tábuas de pedra, é escrita pelo Espírito Santo nas tábuas do coração. Em vez de cuidarmos em estabelecer nossa própria justiça, aceitamos a justiça de Cristo. Seu sangue expia os nossos pecados. Sua obediência é aceita em nosso favor. Então o coração renovado pelo Espírito Santo produzirá os "frutos do Espírito". Mediante a graça de Cristo viveremos em obediência à lei de Deus, escrita em nosso coração. Tendo o Espírito de Cristo, andaremos como Ele andou. Pelo profeta Ele declarou a respeito de Si mesmo: "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a tua lei está dentro do Meu coração." Sal. 40:8. E, quando esteve entre os homens, disse: "O Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada." João 8:29.

O apóstolo Paulo apresenta claramente a relação entre a fé e a lei, no novo concerto. Diz ele: "Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo." Rm 5:1. "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei." Rm 3:31. "Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne" - ou seja, ela não podia justificar o homem, porque em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar - "Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito." Rom. 8:3, 4” (ênfase suprida)

Então como vemos na inspiração, ao vir o Filho em semelhança de carne pecaminosa (sem discutir a natureza dessa expressão paulina), e condenar o pecado na carne, foi tornado possível ao homem, pela graça de Deus, harmonizar-se com a vontade divina, cumprindo-se a justiça da lei em nós, “escrita pelo Espírito Santo nas tábuas do coração”. Bem sabemos o que significa “coração” nos idos da antiguidade. Israel já poderia ter esse benefício pela fé no Messias vindouro, mas falhou nisso. Por que repetir o mesmo erro hoje imputando impossibilidade?

Graça e Paz!
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As dúvidas daqueles que desconhecem a discussão aliadas às convicções e provocações do meu amigo indicam que esse tema precisa continuar a ser trabalhado entre os adventistas brasileiros.

Aproveitando a manifestação do Juliano outros, como o Marcell, também se aproveitaram para dizer coisas do tipo assim: “Ele [referindo-se a mim, Ezequiel] adora isolar essa frase de tudo que é texto do Espírito de Profecia para contradizer o que a própria EGW ensinou. Lamentável.”

A partir disso eu afirmei que iria responder às afirmações deles, mesmo diante do fato de que eles NUNCA respondem satisfatoriamente àquilo que se lhes pergunta. A reação do Juliano foi dizer que eles respondem sim, mas “não da forma como eu gostaria” e então o Marcell disse que a minha “tática” ao debater o assunto poderia ser resumida assim:

1) isolar passagens claras da Bíblia e do Espírito de Profecia;
2) distorcer o sentido para fazer crer que podemos viver uma vida pecaminosa e que a “graça” de Deus vai passar tudo por alto;
3) repetir a acusação de Satanás de que é impossível para os filhos de Adão obedecerem à lei de Deus;
4) fazer perguntas sem sentido para desviar do foco;
5) acusar os pós-lapsarianos de “perfeccionistas”; e
6) achar que está com a razão. Fim do debate.
Diante desse amplo contexto passo a me dedicar ao breve esclarecimento dos pontos principais desse debate cada vez mais atual.
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O que é contexto e o que é descontextualizar?

Juliano me pergunta se a frase “a lei não podia justificar o homem, pois em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar” não está “descontextualizada”. A partir dessa pergunta ele supõe que a resposta seja sim, além de supor que eu combato a descontextualização feita por “colegas de ministério” e que, por isso, eu deveria ler Matheus 7:1-3 e me envergonhar diante de minha terrível hipocrisia em ver os erros dos outros, mas não os meus.

Essa argumentação ignora milhares de problemas, vamos a alguns deles.

Juliano não nos oferece uma definição de “descontextualização”, não oferece um ou mais exemplos onde eu combato alguma forma de descontextualização e ainda ele pessoalmente descontextualiza os textos de EGW que citou e Matheus 7:1-3 para me acusar! Estranho, no mínimo!

Perguntemos: Qual é o contexto da citação de EGW que eu ofereci? Os parágrafos imediatamente anteriores e superiores ou o capítulo inteiro ou o livro inteiro ou a obra de EGW inteira? Creio que tudo isso faz parte do “contexto”, sendo assim, qualquer pessoa que retira uma frase, meia dúzia de parágrafos, um capítulo ou um livro do “contexto” da obra de EGW como um todo, envolvendo TUDO que ela escreveu, “descontextualiza” o que ela disse para se concentrar na discussão ou aplicação de ideias particulares presentes em determinados pontos de um texto escrito por ela.

Por exemplo. Na visão de “descontextualização” como “isolamento de passagens de um contexto imediato”, o próprio Juliano retira alguns parágrafos do capítulo “a lei e os concertos” e, nisso, ele “descontextualiza”, pois que ele não citou o capítulo inteiro!

E mesmo que ele tivesse citado o capítulo inteiro ainda teria “descontextualizado” o capítulo de uma obra maior, um livro, e mesmo que tivesse citado o livro inteiro teria “descontextualizado” esse livro de uma obra maior, o conjunto de todas as coisas que EGW jamais escreveu em toda sua vida.

Assim, se esse tipo de argumentação for correta e não podemos “descontextualizar”, então não podemos citar NENHUMA frase, parágrafo, capítulo ou livro de EGW em nenhuma discussão, pois teremos que citar tudo que ela escreveu (cem mil páginas) em cada post e discussão no facebook.

Mais um exemplo, se isolar frases de um texto maior e mais completo é sinônimo de descontextualizar, então separar Matheus 7:1-3 do restante do Evangelho de Matheus também é descontextualizar. E é isso que Juliano faz, ele cita apenas a parte do livro (7:1-3) que ele acha que é adequado aos propósitos imediatos dele e não cita os versos do final do capítulo 6 nem os próximos do capítulo 7 (aliás, Matheus 5-7 foram uma unidade, um só sermão da montanha).

É óbvio que a descontextualização de frases e ideias são frequentemente mal feitas e podem ser mal usadas (cf. Mt 4:5-6), mas isolar uma frase para discutir ou pregar sua ideia não é sinônimo de fazer isso. Posso fazer uma mensagem unicamente sobre Matheus 7:1-3 sem precisar ler e pregar o sermão da montanha inteiro em determinada ocasião, assim eu também posso citar essa frase de EGW sem precisar citar meia dúzia de parágrafos anteriores ou posteriores a título de “contextualização”.

A discussão precisa ser outra. Matheus 7:1-3 é um texto contraditório em relação a seu “contexto”, essa porção do texto isolada prega o “contrário” do que o sermão da montanha? Essas são as perguntas a serem feitas e se as respostas fossem positivas então teríamos contradição na palavra de Deus. Matheus 7:1-3 em contradição com 5:15, ou 6:9, ou 8:3 e assim por diante.

Com EGW é da mesma forma, se a informação que eu expus é CONTRADITÓRIA ao contexto, então há uma contradição em EGW, essa frase está em contradição com outra(s) frase(s) e assim por diante.
Minha convicção pessoal é que EGW não se contradiz e se eu estiver correto, a frase dela que prega a incapacidade do homem guardar a lei em função de sua natureza pecaminosa é verdadeira e as implicações disso são imensas para o pós-lapsarianismo.

Mas se alguém quiser defender que a frase dela é contraditória com o pensamento dela, que traga seus argumentos e se prepare para ensinar a igreja sobre quais frases de EGW são verdadeira daquelas que não são, uma vez que assim percebemos que não podemos confiar em tudo que EGW disse.
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O homem pode ser perfeito em guardar a lei e viver sem pecar? 
É isso mesmo?

Juliano termina sua provocação dizendo que a vinda de Cristo em semelhança de carne pecaminosa torna possível ao homem, pela graça de Deus, harmonizar-se com a vontade divina de forma que a lei de Deus é escrita no coração do homem.

Eu não tenho nenhuma objeção a essa lógica a menos que ela seja usava para pregar que Jesus capacitou o homem a viver absolutamente sem pecado após sua vinda, não é isso que vemos no Novo Testamento. João pecou após a vinda de Cristo (1 Jo 1:8; Ap 22:8-9), Paulo também (Rm 7:14-25), Pedro também (Gl 2) e Tiago também (Tg 3:2). Esses homens escreveram suas cartas bem depois que Cristo já tinha vindo em semelhança de carne pecaminosa e condenado o pecado na carne e capacitado o homem a ter a lei de Deus no coração, mas não vemos vitória absoluta contra o pecado na vida deles.

Além disso, a pergunta do Juliano: “Por que repetir o mesmo erro hoje imputando impossibilidade [em o homem guardar perfeitamente a lei de Deus]?” demonstra uma dúvida direta ao que EGW disse, de que em sua natureza pecaminosa o homem não poderia guardar a lei, mas o Juliano chama essa mensagem de “erro”. Em outras palavras, EGW só fala a verdade quando ela concorda com os pós-lapsarianos!

Mas e se essa impossibilidade do homem guardar a lei em função de sua natureza tenha sido passageira e superada, que mal há nisso? Essa é uma boa questão e nos ajuda a desmascarar outra pilar da fé pós-lapsariana, a “natureza pecaminosa” de Cristo.

Para o benefício da argumentação, concedamos ao Juliano que as coisas sejam assim. Antes de Cristo vir em semelhança de carne pecaminosa ERA impossível ao homem obedecer a lei, mas AGORA É possível ao homem obedecer a lei mesmo com sua natureza pecaminosa. A pergunta que surge nesse contexto é:
Jesus Cristo já teve “natureza pecaminosa’ idêntica à natureza pecaminosa do homem por um milésimo de segundo durante sua história na terra durante a encarnação? Por que essa pergunta é importante? Porque ela desmorona o pressuposto pós-lpasariano.

Se a natureza pecaminosa dos homens lhes impediu de guardar a lei (no passado, um dia), então Jesus que guardou a lei de Deus perfeitamente durante toda a sua vida JAMAIS teve a mesma natureza pecaminosa que o homem, de outra forma ou Jesus teria deixado de ser capaz de guardar a lei ou seria MENTIRA que a natureza pecaminosa impede o homem de guardar a lei (o que EGW afirma com clareza). Ou seja, mesmo concedendo que essa impossibilidade era apenas passageira e já está superada, ainda assim, isso não ajuda o pós-lapsarianismo. Além disso, se realmente a impossibilidade está superada, desejamos conhecer pós-lapsarianos SEM PECADO hoje (cf. Ec 7:20). Apresentem-se a nós, por favor e provem que a Palavra de Deus não se aplica a vocês! Grato.
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Contradição no Espírito de Profecia?

Uma das acusações que me foram feitas nessa discussão toda é que eu isolo frases de EGW para negar o que EGW disse. Essa acusação é um pouco confusa para mim e pressupõe que há frases contraditórias na obra dela. É isso mesmo? Há frases verdadeiras e frases mentirosas na obra de EGW? Se sim, como identificar as que são verdadeiras das que são mentirosas?
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Por fim, o Marcell disse que eu tenho uma estratégia de:

1) isolar passagens claras da Bíblia e do Espírito de Profecia;
2) distorcer o sentido para fazer crer que podemos viver uma vida pecaminosa e que a “graça” de Deus vai passar tudo por alto;
3) repetir a acusação de Satanás de que é impossível para os filhos de Adão obedecerem à lei de Deus;
4) fazer perguntas sem sentido para desviar do foco;
5) acusar os pós-lapsarianos de “perfeccionistas”; e
6) achar que está com a razão. Fim do debate.

A esses pontos me dedicarei brevemente.

1) Não creio que as passagens de EGW estejam divididas entre as “claras” e as “não-claras”. Creio que todas, ou a maioria pelo menos, delas são simples e as complexidades lidam mais com os conceitos e implicações subjacentes do que com as frases em si.

Por exemplo, a frase que o homem “NÃO PODERIA guardar a lei” vinda da pena de EGW é MUITO CLARA, mas é problemática à luz dos conceitos e implicações que tal frase tem diante de outras frases dela e etc, mas o problema não é de “clareza”.

Não poder “isolar” uma frase de EGW para estudá-la equivale a dizer que não podemos “isolar” um versículo bíblico para estudá-lo. E essa metodologia não é coerente, mesmo porque, quem estaria apto a definir o número mínimo de frases ou versículos que poderíamos "isolar" a fim de estudar um tema qualquer? Polêmica inútil.

2) EGW afirma que temos “deficiências inevitáveis” (ME, v. 3, p. 195-196), portanto, pregar que somos inevitavelmente pecadores e deficientes não é “distorcer” o sentido do que ela ensinou, é apenas reconhecer o básico da realidade. Quem quiser contender que se levante dizendo que Jesus só aceita quem for “ex-pecador”.

3) Se a ideia de que é impossível guardar a lei é satânica, então EGW foi usada por ele ao escrever a frase destacada de Patriarcas e Profetas:

“a lei não podia justificar o homem, pois em sua natureza pecaminosa este NÃO A PODERIA GUARDAR”.

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4) Dê-me exemplos de perguntas sem sentido e que desviam o foco que eu fiz a você(s).

5) Quem reclama de ser acusado de ser “perfeccionista” não deveria acusar os outros de forma direta e indireta de ser apóstata usado pelo Diabo para pregar a mentira dentro da igreja sem jamais discutir ou esclarecer o mérito da questão e sem jamais demonstrar na prática a famosa "vida perfeita e sem pecado", possível, pelo menos em teoria.

6) A Palavra de Deus está com a razão e ela afirma claramente que não há homem "que não peque".

Graça e Paz

Saibam mais...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Desejo da Comida dos Egípcios - sermão em áudio

"E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer?"
Números 11:4

Para ouvir esse sermão apenas clique em Play

O episódio narrado em Números 11 e Salmo 78 frequentemente é usado para polemizar a favor do vegetarianismo. Mas será que essa utilização segue o sentido e propósito do texto bíblico?
Descubra ouvindo essa mensagem!

Faça o Download dessa Mensagem clicando aqui!!!

Graça e Paz!

Números 11

Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do SENHOR; ouvindo-o o SENHOR, acendeu-se-lhe a ira, e fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu extremidades do arraial. Então, o povo clamou a Moisés, e, orando este ao SENHOR, o fogo se apagou. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porque o fogo do SENHOR se acendera entre eles. E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná. Era o maná como semente de coentro, e a sua aparência, semelhante à de bdélio. Espalhava-se o povo, e o colhia, e em moinhos o moía ou num gral o pisava, e em panelas o cozia, e dele fazia bolos; o seu sabor era como o de bolos amassados com azeite. Quando, de noite, descia o orvalho sobre o arraial, sobre este também caía o maná. Então, Moisés ouviu chorar o povo por famílias, cada um à porta de sua tenda; e a ira do SENHOR grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés. Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer. Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria. Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente. Dize ao povo: Santificai-vos para amanhã e comereis carne; porquanto chorastes aos ouvidos do SENHOR, dizendo: Quem nos dará carne a comer? Íamos bem no Egito. Pelo que o SENHOR vos dará carne, e comereis. Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco, nem dez, nem ainda vinte; mas um mês inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela, porquanto rejeitastes o SENHOR, que está no meio de vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito? Respondeu Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo no meio do qual estou; e tu disseste: Dar-lhes-ei carne, e a comerão um mês inteiro. Matar-se-ão para eles rebanhos de ovelhas e de gado que lhes bastem? Ou se ajuntarão para eles todos os peixes do mar que lhes bastem? Porém o SENHOR respondeu a Moisés: Ter-se-ia encurtado a mão do SENHOR? Agora mesmo, verás se se cumprirá ou não a minha palavra! Saiu, pois, Moisés, e referiu ao povo as palavras do SENHOR, e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo, e os pôs ao redor da tenda. Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois, nunca mais. Porém, no arraial, ficaram dois homens; um se chamava Eldade, e o outro, Medade. Repousou sobre eles o Espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda; e profetizavam no arraial. Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial. Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito! Depois, Moisés se recolheu ao arraial, ele e os anciãos de Israel. Então, soprou um vento do SENHOR, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, ao seu redor, cerca de dois côvados sobre a terra. Levantou-se o povo todo aquele dia, e a noite, e o outro dia e recolheu as codornizes; o que menos colheu teve dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. Estava ainda a carne entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, quando se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e o feriu com praga mui grande. Pelo que o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo das comidas dos egípcios. De Quibrote-Hataavá partiu o povo para Hazerote e ali ficou.

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sábado, 16 de janeiro de 2016

Sobre a possibilidade de alguém perder a salvação em função de “música com bateria”, “maquiagem”, “calça comprida”, “roupas vermelhas ou cor-de-rosa”, “cinema” e afins...

Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mateus 25:41)


Discussões sobre a doutrina da salvação (soteriologia) à luz da “modernização” do estilo de vida dos cristãos da atualidade podem ser muito instrutivas para identificar ideias importantes tanto nas questões de salvação quanto de estilo de vida.

A mensagem bíblica de que a salvação é “pela graça, mediante a fé” e “não vem de nós”, ainda que posterior e secundariamente gere “boas obras” de antemão preparadas por Deus para que os salvos vivam nelas (Ef 2:8-10) é importantíssima na medida em que estabelece um paradigma inamovível na relação salvação/estilo de vida. Não há estilo de vida que gere salvação a seu adepto, e se houvesse isso destruiria completamente a mensagem bíblica da salvação pela graça (cf. Rm 11:6).

Em função disso, há polêmicas sérias no mundo cristão, especialmente nas discussões entre monergismo (Deus é o único agente da salvação de um pecador) e sinergismo (Deus e homem cooperam na experiência da salvação de um pecador) que é a principal discussão entre calvinistas e arminianos à luz da sempre complicada relação entre soberania/predestinação divina e liberdade/responsabilidade humana. Essa controvérsia já divide a igreja cristã há séculos e não há a menor indicação de que tais grupos chegarão a um consenso em torno do tema, só o que tem havido é um aprofundamento de cada grupo na tentativa de expressar biblicamente sua própria visão e na tentativa de refutar biblicamente a visão contrária.

Além disso, a questão do estilo de vida adequado para os cristãos também é objeto de intenso estudo bíblico e de acalorado debate dentro das igrejas de maneira geral, sendo que cada uma delas tem sua interpretação particular (mas nem sempre em consenso dentro da própria igreja) sobre como traduzir os textos bíblicos em diretrizes práticas quanto aos desafios do mundo moderno em torno de questões gerais.
Deus admite que o salvo se envolva com um estilo de música no qual a bateria/percussão é um elemento importante? Deus aceita que uma cristã, salva, use maquiagem, calça comprida, salto alto? Deus se opõe a certas cores de roupas para os salvos, exemplos, o vermelho para as mulheres (por ser uma cor símbolo de sensualidade ou até mesmo prostituição [Ap 17:4]) ou o cor-de-rosa para os homens (por ser uma cor símbolo do feminino ou até do homossexualismo em nosso mundo)? Uma pessoa salva pode freqüentar o cinema? Mil outras perguntas poderiam surgir nesse tipo de contexto. Um cristão salvo pode: tomar remédio? Fazer uso de energia elétrica? Navegar na internet? Dirigir carros movidos a combustível fóssil? Etc. ad infinitum...

Não me proponho a me aprofundar nas possivelmente complicadas implicações doutrinárias, sociais, éticas, ecológicas e espirituais de cada possível resposta a essas e outras milhões de perguntas similares, mas desejo propor algumas perspectivas sobre as questões de uma correta relação entre salvação e estilo de vida a fim de usar minha capacidade de pensar e minha função de fazer os outros também pensarem na direção de melhor compreendermos, todos, a Palavra de Deus.
Imaginemos cristãos verdadeiros, tanto quanto é possível ser. Amor e fé, as únicas coisas que realmente importam para o cristianismo (Mt 22:34-40; Jo 13:34-35; Gl 5:6) são realidades palpáveis e reconhecidas na vida deles ainda que não em grau absoluto. Isso quer dizer que eles permanecem pecadores salvos pela graça, mas são pecadores coerentes com a mensagem cristã de uma fé que gera amor genuíno no cumprimento da missão da igreja. Nesse grupo dos “cristãos verdadeiros”, há homens e mulheres.

Agora imaginemos Jesus voltando para buscar os seus escolhidos (Mt 24:31). Naquele momento haveria espaço para Jesus dizer assim pra um desses cristãos verdadeiros? 

Você é um homem de fé e de amor a Deus e aos homens, mas em sua igreja você me louvava ao som de músicas com instrumento de percussão/bateria. Aparta-te de mim, maldito (Mt 25:41)!

Para outra pessoa, Jesus diz:

Moça, você é uma mulher de fé e de amor a Deus e aos homens, mas usa maquiagem, calça comprida, salto alto, e peças de roupa vermelhas. Aparta-te de mim, maldita (Mt 25:41)!

Para ainda outro cristão Jesus talvez diga:

Você é um homem cristão de fé e de amor a Deus e aos homens, “mas usa camisa cor-de-rosa”, ou, “mas vai ao cinema”. Aparta-te de mim, maldito (Mt 25:41)!

Poderíamos multiplicar exemplos indefinidamente.

Mas o ponto é: como avaliar uma possível postura da parte de Jesus nessa direção? Seria tal postura coerente com sua natureza, caráter e Revelação?

Já que discussões sobre esse tipo de questão nunca são simples, vamos adicionar outros elementos ao quadro geral. Músicas, maquiagens, roupas, sapatos, filmes e mil outros fenômenos em nosso mundo representam formas humanas de expressão. E o que o ser humano expressa através dessas e de outras formas? Aquilo que vai sem seu coração (cf. Mt 12:34).

E aí? Será que aquilo que está no nosso coração pode nos fazer perder a salvação?

No mesmo contexto onde Jesus fala que “a boca fala do que o coração está cheio”, ele adverte sobre o pecado imperdoável (Mt 12:31). E aí, será então que o quadro pintado acima pode realmente ocorrer? Como se posicionar diante disso?

Primeiro de tudo.

A Bíblia diz que “onde não há lei, não há pecado” (Rm 4:15).
Diretamente, a Bíblia não fala de padrões divinamente autorizados ou condenados em torno de estilos musicais, estilos de maquiagem, peças de sapato ou de roupa diferenciados em função de formato ou cor, de cinema e de tantas outras coisas que existem na realidade do nosso mundo. Por si só, essa informação precisa nos tornar cautelosos em exprimirmos uma potencial condenação de Jesus às pessoas em função desse tipo de coisa não revelada claramente na Bíblia.

Ainda assim, muitos buscam apoio para pregar que tais e outras coisas são pecado. Assim é que muitos nos lembram que o cristianismo prega que os salvos não podem amar “as coisas que há no mundo” (1 Jo 2:15). Creio que a expressão “as coisas que há no mundo” é ampla o suficiente para condenar bateria, maquiagem, calça comprida, salto alto, roupas coloridas, cinema e MUITO MAIS. Aliás, essa expressão é capaz de condenar TUDO que há no mundo, a internet, a eletricidade, o oxigênio e todo o resto.

Outras citações bíblicas são usadas na direção de fundamentar melhor e de forma mais específica esse tipo de condenação, mas no final das contas sempre há interpretações alternativas melhores do que aquelas que procuram ver uma justa condenação em função de tais questões.

Resumidamente, a Palavra de Deus fala da perdição de pessoas em função do não arrependimento de pecados reais, exemplos: “assassinatos, feitiçarias, prostituição e furtos” (Ap 9:20-21). Essas são questões reais e sérias, claramente condenadas na Palavra de Deus e, por isso, a condenação de tais é justa, o que não seria o caso de cristãos verdadeiros condenados por “música com bateria”, “maquiagem”, “calça comprida”, “roupa vermelha”, “roupa cor-de-rosa”, e “cinema”.

Para terminar. Entretanto, tais questões não podem simbolizar esses pecados e estar relacionados a eles?

A bateria não pode ser relacionada à feitiçaria pagã originária da África?

A Maquiagem também não teve uma origem pagã, no Egito, e era usada também para propósitos de sensualidade pecaminosa? 

Não poderíamos, mais ou menos nas mesmas direções, achar elementos de condenação bíblica associados à calça comprida, às roupas vermelhas ou cor-de-rosa, ao cinema e etc? Sim, mas ainda assim nossos problemas ainda não terminaram.

É verdade que quando uma música, uma roupa, uma “diversão” estão associadas ao pecado de uma pessoa, essa pessoa pode vir a ser condenada caso se manter no erro até pecar contra o Espírito Santo, entretanto há um problema.

Nem toda pessoa que ouve música com bateria tem qualquer ligação com feitiçaria. Nem toda mulher que usa maquiagem, calça, salto alto ou roupa vermelha é movida por sensualidade pecaminosa. Nem todo frequentador de cinema é um assassino em série influenciado e disposto a metralhar seus parceiros de poltrona no final de um filme.

Há casos e casos, e se nós somos capazes de diferenciar intenções potencialmente diferentes em ações perfeitamente similares, Deus o pode fazer de forma absoluta. Deus conhece as intenções e as realidades, e ninguém será condenado injustamente.

No final das contas, é plenamente possível que um não frequentador de cinema que é violento pode ser condenado por ter cometido o pecado sem perdão e torno da violência, enquanto um admirador da série “duro de matar” que viu todos os filmes de Bruce Willis no cinema (vejam que meus conhecimentos na área do cinema estão levemente ultrapassados) não seja condenado por Deus como um assassino não arrependido “maldito”.

Poderíamos multiplicar exemplos indefinidamente nas outras questões também.

Por fim,

Poucas questões podem ser mais sérias do que a condenação de um ser humano a quem Jesus morreu para salvar. Não há como lidar com isso com a superficialidade e maldade que se vê em alguns círculos ditos cristãos. Se comportamentos tais, não regulamentados claramente na Bíblia se tornam motivo de acusação e condenação mútua dentro da igreja, isso é um sintoma de algo muito mais sério, o esfriamento do amor entre os próprios cristãos (Mt 24:12). E se esfriarmos em nosso amor a Deus e aos homens, nossa vida moral “impecável” em plena negação das “músicas mundanas”, das “maquiagens de Jezabel”, das “roupas da prostituta do Apocalipse”, da aparência da homossexualidade, e das diversões “pecaminosas” não poderão evitar, na verdade, a nossa própria condenação.

O propósito desse texto não é oferecer argumentos para que alguém ouça músicas que não deseje ouvir, use roupas que não deseje usar ou vá a lugares que não deseje ir, tanto em função de sua consciência pessoal quanto das orientações da igreja nas pessoas de seus líderes (eu, inclusive). Não!!! 

O propósito é simplesmente nos lembrar que a condenação de um ser humano à perdição não pode seguir uma lógica superficial.

Graça e Paz

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