sábado, 19 de dezembro de 2009

A paz do mundo e a Paz de Cristo



“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize”. João 14:27

Jesus Cristo, Senhor do universo e Salvador da humanidade está diante de seus discípulos. Em breve enfrentará o inferno e a morte entregando-se pela redenção da humanidade para perdão dos pecados. E nesse momento ele oferece àqueles corações a paz que nele reinava.

Como viver em paz num mundo como o nosso? Era o mundo onde Jesus vivia diferente deste mundo onde vivemos hoje.

Os relatos da maldade humana e satânica registrados no Velho e Novo Testamento deixam claro que não. Jesus viveu no mesmo mundo corrompido e maculado pelo pecado e ainda assim viveu o que poucos de nós conhecemos, a Paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7). E essa perfeita paz ele ofereceu a seus amigos.

Em contraste com a paz de Cristo está a paz do mundo. Mas de que forma o mundo oferece paz? Se oferece, de que espécie é esta “paz”?

O mundo jaz no maligno (1 Jo 5:19) e como ele oferecer paz?

A paz do mundo é a ilusão de que não há Deus (Salmo 14:1), nem pecado, nem morte eterna. Nesta ilusão as pessoas se cercam de filosofias e religiões e estilos de vida que as aprisionam em uma atmosfera intelectual de ceticismo e numa condição de morte espiritual e elas têm paz! A paz de não ter responsabilidade, a paz de não se arrepender, a paz de não ter que mudar de rumo, a paz de poder não amar a Deus ou as pessoas ou a si mesmas.

Essa é a paz do mundo.

Em Cristo, porém, a paz adquire dimensões tão mais sublimes quanto o céu é mais sublime do que a terra. A paz de Cristo é a consciência de que apesar de toda aflição que experimentamos neste mundo a vida é uma experiência maravilhosa que tem um sentido muito especial (conhecer a Deus, conhecer aos outros e conhecer a si mesmos em amor eterno). Desse prisma é ótimo sermos pessoas responsáveis, dedicadas e esforçadas pelo bem e que se arrependem e se desviam do mal e isso é a verdadeira paz.

O antagonismo entre a paz de Deus e a paz do mundo é absoluta e não podemos desfrutar de ambas da mesma forma como não podemos servir a dois senhores (Mateus 6:24).

A paz de Cristo se manifesta numa alma através do conhecimento teórico e prático da verdade. Por que em Cristo só o que tem valor é a fé que atua por meio do amor (Gálatas 5:6). É o Espírito de Deus que conduz os escolhidos do Pai neste caminho que conduz à Glória eterna, até as portas de Jerusalém celestial.

Que a paz de Cristo seja o árbitro em nosso coração que nos revele as grandezas do Pai que do nada criou tudo por amor de nós. Que a paz de Deus nos inspire confiança e fé na certeza de que não estamos sozinhos apesar de todas as circunstâncias terrenas teimarem em provar o contrário. Que a paz de Jesus Cristo seja em você e em mim desde agora e para todo o sempre. Amem!

Saibam mais...

domingo, 23 de agosto de 2009

O dom de línguas na igreja de Corinto


O dom de línguas é um dom do Espírito Santo, e isso é uma verdade bíblica inquestionável (1 Cor 12:7-11; Atos 2:4 e 33, dentre outros) mas qual a sua natureza e a forma genuína de sua manifestação?



Essa pergunta teria uma resposta clara e definitiva se considerássemos apenas a presença, natureza e manifestação desse dom no livro de Atos. Cheios do Espírito Santo e movidos pelo mesmo Espírito os discípulos falaram em outras línguas (atos 2:4) e a multidão foi tomada de perplexidade quando ouviram os discípulos de Jesus anunciando as grandezas de Deus em suas próprias línguas maternas (Atos 2:6-12).
A natureza das línguas faladas pelos apóstolos conforme relatado em Atos 2 foi a de línguas inteligíveis e isso é um fato indiscutível entre os estudiosos sérios da Palavra de Deus e entre todos que respeitam o registro Sagrado como inspirado e fidedigno, devendo ser respeitado como a verdade (Jo 17:17).
Mas o dom de línguas em 1 Coríntios 14 não é tão claro quanto em Atos e existem muitas posições diferentes e divergentes sobre o contexto histórico desse texto específico, a natureza do dom manifesto em Corinto e se sua manifestação era produzida genuinamente pelo Espírito Santo, ou se seria uma contrafação satânica a qual Paulo teria se oposto, e inda há a questão de se a manifestação moderna do dom de línguas conforme se vê nas igrejas carismáticas e pentecostais hoje seria um equivalente da experiência da igreja de Corinto.
O contexto histórico de 1 Coríntios
Ninguém duvida do fato de que a Palavra de Deus revela que a igreja de Corinto era problemática. Sem pretender dar uma lista completa de seus problemas, sabemos que a igreja de Corinto foi chamada por Paulo de carnal (3:1), uma igreja onde existia inveja, divisão e soberba (4:6-8 e 18-19), e imoralidade (5:1). Essa “pequena” amostra de problemas enfrentados nessa igreja demonstra a dificuldade dessas pessoas em Corinto em serem cristãos que vivessem à altura do chamado de Deus para eles. Ainda assim, apesar dessa situação, a igreja de Corinto não é vista como uma igreja de pessoas imorais e perdidas definitivamente, eles são chamados de santificados e chamados para ser santos (1:2), objetos da graça e da paz de Deus invocando o nome do Senhor Jesus Cristo(1:3), e uma igreja rica da palavra de Deus e do conhecimento e na qual não falta nenhum dom (do Espírito) enquanto esperam a manifestação (o retorno) do Senhor (1:4-7).
Essa situação, já no início da história da igreja cristã, nos leva a encarar com grande seriedade a parábola de Jesus em Mateus 13:18-43. O joio e o trigo estariam juntos até os momentos finais da história da igreja (Mt 13:29).
Esse é o contexto da epístola em geral, mas reconstruir o contexto histórico dos capítulos 12-14 é uma tarefa muito mais ingrata. A grande quantidade de opiniões divergentes e o fato de que muitas delas (a maioria) é fruto de fantasiosa especulação pessoal de estudiosos do texto e não de verdades históricas, e essa realidade torna a reconstrução do contexto histórico do texto discutido aqui uma tarefa amarga.
Seria o dom de línguas manifesto em Corinto, listado entre os dons do Espírito Santo (1 Cor 12:7-11/28-30), um dom semelhante ou diferente do dom manifesto em Atos?
Anthony Hoekema diz: “Os comentaristas estão muito divididos nesta questão; ainda que a maioria reconheça que as línguas do dia de Pentecostes eram idiomas estrangeiros, alguns sustentam que as línguas em Corinto eram expressões extáticas diferentes dos idiomas ordinários. Parece difícil, se não impossível, emitir um juízo definitivo neste assunto.”.

Hoekema está certíssimo quando diz que a maioria dos comentaristas do texto bíblico reconhece a verdade bíblica sobre o que aconteceu em Atos, especialmente no Pentecostes.

Já foi demonstrado biblicamente nesse texto que nessa ocasião os discípulos falaram línguas inteligíveis e conhecidas no mundo e não línguas extáticas e ininteligíveis (incompreensíveis aos homens) semelhantes às “línguas” que se manifestam entre os carismáticos e pentecostais em nossos dias.

Porém, o dom de línguas em Corinto parece ter características diferentes das que vemos em Atos e vamos analisar essa situação a partir de agora.
A natureza das línguas em 1 Coríntios

No início do capítulo 12, Paulo revela sua preocupação de que a igreja em Corinto não fosse ignorante no assunto dos dons espirituais. Isso indica que possivelmente já havia alguma confusão em torno do assunto entre os membros da igreja e Paulo agora passa a esclarecer a questão.

O apóstolo passa a lembrar aos coríntios sua experiência passada na idolatria (12:2) e coloca a primeira distinção espiritual na questão dos dons: O Espírito de Deus age no sentido de exaltar o senhorio de Jesus Cristo (12:3). A partir do verso quatro Paulo deixa claro que o Espírito Santo é um, e que é Deus quem opera tudo em todos os seus filhos, e isso com um fim proveitoso (12:7).

Apesar de o Espírito ser um seus dons são diversos:
A palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, a fé, o dom de curar, a operação de milagres, o discernimento dos espíritos, a variedade de línguas e a capacidade de interpretar as línguas (12:8-10).

Mas Paulo enfatiza que o mesmo Espírito, o Espírito Santo é quem realiza todas essas coisas e é Ele quem distribui individualmente cada dom, sempre com um objetivo útil. O comentário bíblico adventista (SDABC), referindo-se a esse texto (1 Cor 12:11) diz que “o Senhor controla a operação dos dons e é correto concluir que esses dons devem estar em harmonia com o plano supremo da terminação da obra de Deus na terra”.

A utilidade do dom de línguas no Pentecostes foi vasta:

Explicitamente o texto bíblico revela que o dom de línguas (inteligíveis) foi dada aos discípulos para que eles:

(1) anunciassem as grandezas de Deus nas línguas das nações dos presentes naquela circunstância em Jerusalém (Atos 2:6-12); (2) anunciassem a glorificação e exaltação de Jesus à destra do Pai (Atos 2:33); e (3) para que os pecadores ali fossem convidados a responder ao evangelho e a serem batizados para que tivessem seus pecados perdoados e recebessem eles mesmo, o dom do Espírito (Atos 2:37-38) para a salvação.

Implicitamente o texto bíblico deixa a entender que o dom de línguas foi dado também para: (1) capacitar os discípulos a pregarem o evangelho provavelmente nas regiões às quais eles iriam trabalhar posteriormente. E (2) para que as pessoas reconhecessem a presença de Deus no meio de sua igreja com poder.

A utilidade do dom de línguas em 1 Coríntios traz uma “novidade”.

Certamente os objetivos do dom de línguas segundo o padrão visto no pentecostes continuariam a ser reais e válidos, porém em 1 Coríntios Paulo acrescenta uma utilidade estranha à manifestação do dom de línguas em Atos e essa utilidade é: a de edificar a si mesmo (1 Cor 14:4). O SDABC comenta o seguinte sobre esse texto (“o que fala em outra língua a si mesmo se edifica...”). “Este dom, portanto, cumpria uma função útil e tinha seu lugar”. A posição da IASD nesse ponto é interessante, Ela não nega essa “novidade” na função do dom de línguas quanto comparado ao que aconteceu no livro de atos, pelo contrário, a igreja crê que esse dom de falar em outra língua revelado em 14:2-4 foi útil e tinha seu lugar na igreja. Esse é o ensino do Novo Testamento.

O comentário bíblico adventista acrescenta que, numa circunstância onde a presença da Palavra escrita de Deus não era abundante, é possível que fosse necessário que Deus concedesse “revelações pessoais da verdade divina” aos membros da igreja de Corinto para fortalecê-los e os edificar na verdade. Fica implícito nesse comentário do SDABC que esse dom de “línguas”, genuíno ainda que manifesto de forma diferente do visto em Atos, poderia cumprir essa função.

Essa situação comprova que nenhum dom necessário para a salvação e para a capacitação para a missão faltava aos coríntios (1 cor 1:7), porém a partir do verso cinco do capítulo 12 Paulo começa a esboçar uma correção na visão e prática espiritual dessa igreja abençoada ao mesmo tempo que problemática.

O apóstolo usa vários versos em 1 Cr 12:5-31 para demonstrar que a unidade do corpo de Cristo implica em diversidade de dons (12:27-30) como um corpo é formado por vários membros diferentes.

Ele diz também que a todos os membros batizados foi dado beber do mesmo Espírito (1 Cor 12:13) ainda que não manifestem os mesmos dons (12:29-30), provando que a idéia de que todos os batizados só recebem o Batismo no Espírito Santo depois do batismo das águas (após a conversão) e que como evidência disso devem manifestar o dom de línguas, segundo ensinam os pentecostais, é totalmente falsa e não bíblica.

O capítulo 13 da primeira carta aos coríntios demonstra qual é o dom supremo, e certamente esse não é o dom de línguas. Paulo chega a dizer que ainda que um ser humano recebesse a capacidade de falar a própria língua dos anjos isso não seria um sinal de que ele seria “batizado no Espírito Santo”. Sem o amor a única coisa que o dom de línguas significa é a capacidade de fazer barulho por parte de quem fala, não se importando se essas línguas sejam: línguas inteligíveis (nações), ininteligíveis (extáticas) ou angélicas e celestiais.

É importante dizer, entretanto, que ao citar a língua dos anjos Paulo não está declarando que algum ser humano já tenha recebido ou possa receber esse dom de forma literal, mas está dizendo que mesmo que isso acontecesse tal ser humano não seria superior a um sino barulhento de cobre se não tivesse o amor: o supremo dom do Espírito Santo e que revela a própria essência de Deus (1 João 4:8).

No capítulo 14 Paulo exorta a igreja a que seguisse o amor e procurasse com zelo os dons espirituais, principalmente o dom de profetizar (1 Cor 14:1). O servo de Deus revela que seu desejo (1 Cor 14:5) era de que todos falassem em línguas, mas lembra que o que profetiza é superior ao que fala em línguas pois edifica a igreja (todo o corpo de crentes) em contraste com quem só edifica a si mesmo (1 Cor 14:4).

Muitas tentativas de se entender a natureza do dom manifesto em Corinto tem sido de feitas e muitas conclusões têm sido apresentadas.

Alguns dizem que apesar da diferença na “forma da manifestação” do dom de línguas em atos e em corinto, o dom era o mesmo e as línguas em ambos os casos eram inteligíveis e conhecidas em algum lugar do mundo (ainda que desconhecido ao que falava no caso de Corinto). Nessa interpretação o dom manifesto em Corinto deve ser interpretado à luz do livro de Atos. Essa posição tenta resolver o impasse criado pela diferença existente entre os dons, mas acaba ignorando verdades bíblicas a respeito dessa diferença.

A mais contundente prova de que a posição que ensina que o dom em Corinto deve ser entendido com base no que aconteceu em atos é falsa é que quando o dom foi concedido no pentecostes, não havia necessidade de intérpretes ao que recebia o dom e falava numa língua estrangeira. O mesmo não ocorre em 1 Coríntios onde a pessoa que recebe o dom deveria orar para o poder interpretar (1 cor 14:13). Voltarei a discutir esse texto em breve.

Outra tentativa de se resolver o problema das “línguas” em 1 Cor é fazer uma diferença entre o significado dos termos originais do grego. Essa diferença na tradução em português não é tão clara, mas pode-se fazer uma diferença entre língua (referindo-se a uma língua extática, sobrenatural e ininteligível), e línguas (referindo-se às línguas das nações faladas e entendidas pelos homens). Essa diferenciação pode não estar equivocada ainda que às vezes possa ser usada para mal interpretar o ensino da Bíblia.

Paulo inspirado pelo Espírito Santo declara que o dom de falar outra língua (extática segundo essa interpretação) edifica ao que fala (1 cor 14:4) e não é possível ser fiel à Palavra de Deus ao se dizer que Paulo era a favor do dom de línguas(inteligíveis) mas contra o dom de se falar outra língua (ininteligíveis) se admitirmos essa diferenciação entre “dom de línguas” (inteligíveis) e “dom de falar em outra língua” (ininteligível).

Colocar Paulo a favor de um dom e contra o outro é distorcer o significado básico do texto bíblico. Não é esse o ensinamento do apóstolo dos gentios chamado por Deus para pregar o evangelho (1 Cor 14:2-4/ 13-17/ 27-28).

Voltando ao texto mencionado anteriormente (1 cor 14:13), em certo momento de sua exortação aos coríntios Paulo diz que aquele que ora em outra língua deve orar para que a possa interpretar indicando que a própria pessoa que recebia o dom continuava em ignorância quanto ao conteúdo e significado da mesma. Anthony Hoekema diz que: “É evidente que as línguas que se falavam em Corinto não podiam ser compreendidas... se não fossem interpretadas”. O texto indica que nem os ouvintes nem o portador do dom conseguiam entender o significado da língua sem a interpretação.

Alguns tentam dizer que Paulo estava aqui sendo irônico (1 Cor 14:13) para com pessoas que estavam manifestando um falso e espúrio dom de línguas em Corinto exortando-os desafiadoramente (como Elias desafiou os profetas de Baal) a buscar interpretação para aquele monte de palavras sem sentido, mas essa posição é totalmente contrária e estranha ao texto bíblico e distorce seu claro significado.

Paulo diz que, além de orar para interpretar a língua desconhecida (14:13), deve-se entender que nessa situação o “espírito” humano ora de fato! apesar de sua mente ficar infrutífera (14:14). Paulo diz também que o crente dotado deste dom fala a Deus e não aos homens (1 cor 14:2).

Paulo diz ao que recebe esse dom que ele deve orar sim com o espírito (sinônimo de falar em outra língua, interpretada em oração ou com o recebimento do dom de interpretar “as línguas” 1Cor 14:13 e 12:10), mas também orar com a mente (1 cor 14:15).

Paulo está dizendo que o relacionamento com Deus não pode ser levado adiante somente em êxtase (SDABC diz: (orar com o espírito) semelhante a um profeta em visão) ou em experiências sobrenaturais (nas quais a mente fica infrutífera), mas também em um relacionamento normal de comunhão consciente e natural (14:15).

No verso 17 Paulo afirma que quem ora a Deus em outra língua ora bem! e apenas lembra àquele que tem esse dom de que as pessoas ao seu redor não são edificadas com sua prática, e que ele deve ser restringido e controlado no culto público (1 cor 14:27-28).

Apesar de não negar a existência ou a importância do dom de fala “outra língua”, Paulo revela que sua manifestação deve seguir critérios que visem a edificação da igreja (14:12), a utilidade (12:7) e a fim de evitar as possíveis más compreensões de pessoas não cristãs na igreja conforme os textos a seguir indicam (14:6-19/22-25/27-28/40).

Paulo declara que é melhor falar na igreja 5 palavras compreensíveis (inteligíveis) do que 10 mil palavras que não se possa entender (14:19).
Paulo defende claramente a inteligibilidade das línguas em sua função de edificar a igreja (14:12) e ataca como loucura o abuso e mau uso do dom de falar em outra língua (14:9). Que fique, porém claro que, o que o apóstolo ataca é o mau uso e abuso do dom e não sua genuinidade.

Paulo, em algumas de suas sugestões relativamente à situação vivida nessa igreja, dá a entender que algumas pessoas em Corinto haviam recebido o dom de línguas e achavam que esse era o dom mais importante, ou que havia certa preeminência espiritual em tê-lo e isso explica o porquê da ênfase no amor como dom supremo (1 Cor 13) e no dom de profecia como um dom mais elevado e útil do que o dom de línguas (14:1/4-5). Paulo estava corrigindo enganos e distorções correntes entre os membros da igreja.

Billy Graham disse em seu livro: o Espírito Santo, que: “o dom de línguas mencionado em 1 Coríntios 12-14 é realmente um dos dons do Espírito menos importantes – parece até mesmo ser o último de todos. A razão disto é que muitas vezes ele não traz nenhum benefício espiritual a outros crentes”.

O amor e a profecia como elementos de edificação da igreja são elevados na Palavra de Deus, mas o dom de línguas manifesto em Corinto, conquanto fosse importante num contexto de pouco acesso por parte de todos os crentes à Palavra de Deus, é o último na lista dos dons espirituais em 1 Cor 12:8-10 indicando não sua superioridade, mas inferioridade (ainda que nenhum dom do Espírito Santo seja inútil (1 Cor 12:7) ou desprezível).

A análise que Paulo faz do dom de línguas é tão diferente da dos membros da igreja em Corinto que, ainda que muitos coríntios fossem desejosos de colocá-lo em primeiro lugar, ele o põe em último lugar.
Na realidade, o que é ainda mais surpreendente é que nas outras duas listas de dons e ofícios espirituais, isto é, em Éfesios 4:11-12, e Romanos 12:6-8, Paulo não se faz a mínima menção das línguas.


O dom de línguas manifesto em Corinto era o dom manifesto hoje entre carismáticos e pentecostais?

Toda a discussão teológica no mundo cristão de hoje em torno desse tema tem como pano de fundo a alegação do movimento pentecostal e carismático de que esse dom do Espírito Santo se manifesta ente eles e que esse dom é o sinal do batismo no Espírito Santo que eles receberam.

Na tentativa de defenderem a legitimidade de seu movimento, os pentecostais apelavam fortemente para o dom de línguas manifesto no livro de Atos, em especial na ocasião de pentecostes (de onde tiram o nome de seu movimento) como prova de que eles eram sucessores do mesmo movimento que os apóstolos e restauradores do cristianismo apostólico.

Quando a posição ficou insustentável diante do fato de que o livro de Atos sem sombra de dúvidas defende um dom de línguas inteligíveis numa manifestação extraordinária e maravilhosa, eles começaram a apelar para a primeira carta aos coríntios para basear a manifestação genuína do dom de línguas em seu meio. Porém, já foi demonstrado que também nesse caso as especificações não são atendidas.

Paulo ordena que no caso de alguém falar em outra língua na igreja deve-se seguir o seguinte cronograma:

(1) Não falem em língua estranha mais do que duas ou três pessoas; (2) Elas devem falar sucessivamente e não ao mesmo tempo; (3) deve haver interpretação do que for falado; e (4) não havendo intérprete fique calado na igreja, falando com Deus (em pensamento, na consciência). (1 Cor 14:27-28). Tem sido esses conselhos inspirados seguidos nas igrejas pentecostais e carismáticas?

A Bíblia diz que muitos são os dons, mas um só é o Espírito (1 Cor 12:4) e deixa claro que nem todos falam em línguas (1 Cor 12:30). A obrigação de se falar em línguas como evidência de que a pessoa foi batizada no Espírito Santo é uma doutrina enganosa, falsa e mentirosa. Forçar a Bíblia a dizer o que ela não diz é defender uma mentira e toda mentira é obra de satanás como dia a Palavra do Senhor (Jo 8:44).

Billy Graham em seu livro já citado escreveu: “não devemos considerar o dom de línguas como o ponto alto da maturidade do cristão. Milhões de cristãos maduros nunca falaram em línguas, e muitos dos que falaram em línguas não são maduros espiritualmente.”.

As qualidade e frutos do Espírito Santo revelados em gálatas 5 são vistos na vida de muitas pessoas que nunca receberam o dom de falar línguas (nem segundo o padrão do livro de Atos nem segundo o padrão de 1 Cor 14), mas nem por isso essas pessoas não eram batizadas no Espírito Santo e também é verdade que muitas pessoas que professam ser batizadas no Espírito estão longe de manifestar os frutos que são as verdadeiras evidências dessa verdade.

Pedro Apolinário faz uma citação importante em seu livro Explicação de textos difíceis da Bíblia:
Indica a Bíblia que toda a pessoa batizada com o Espírito Santo falaria línguas? Os pentecostais declaram de maneira enfática que os cristãos que recebem o Espírito Santo precisam falar línguas.
Eis suas declarações:
"Um cristão que não foi batizado com o Espírito Santo, tendo como prova disso o falar em línguas, é um fracalhão espiritual, comparado com aquilo que poderia ser caso fosse batizado com o Espírito Santo, de acordo com Atos 2:4."
É dogma entre as igrejas pentecostais, que o batismo no Espírito Santo sempre vem acompanhado das 1ínguas. A Constituição das Assembléias de Deus afirma: "O batismo no Espírito Santo é testemunhado pelo sinal físico inicial do falar em outras línguas, segundo o Espírito de Deus lhes concede." (Pedro Apolinário).
Seria interessante que aqueles que no mundo carismático e pentecostal negam a verdade de que é possível ser batizado e cheio do espírito Santo sem falar em línguas (como aconteceu no caso de Jesus, de Estevão, e de vários outros personagens da Bíblia) pudessem explicar a passagem da Bíblia onde está escrito:

“E se alguém não tem o Espírito de Cristo este tal não é dele” (Rm 8:9).

A Palavra de Deus está dizendo que quem não tem o Espírito Santo não pertence a Jesus e nem é salvo. Agora, se temos o batismo no Espírito Santo somente falando em línguas e de outra forma não o temos, então isso indica que quem não fala em línguas não é salvo?

Essa é a implicação natural dessa compreensão da doutrina pentecostal, mesmo que eles tentem fugir dessa situação. E por que? Por que muitos membros de igrejas carismáticas e pentecostais não falam em línguas e por que a visão pentecostal e carismática implica que alguém que aceite sinceramente a Jesus como único, suficiente e soberano Senhor e Salvador, mas não fala em línguas, não tem o Espírito Santo (Rm 8:9) e por conseqüência não é salvo, e assim ensinando o movimento pentecostal está negando a Palavra de Deus! (Rm 10:9).

O Batismo no Espírito Santo

O Espírito Santo é o consolador que viria aos crentes de forma plena após a ascensão e glorificação de Cristo nas cortes celestiais (Atos 2:33 e Jo 16:7), e como Espírito de Deus estaria conosco e em nós (Jo 14:17).

As condições para se receber o Espírito Santo são simples:

Arrependimento e aceitação do batismo (atos 2:38). É importante lembrar aqui que conquanto simples essas condições devem ser levada a sério de forma profunda.

Primeiramente arrependimento é tristeza pelo pecado na própria experiência de vida e também tristeza pela presença do pecado e na experiência de vida de todos os seres humanos.

Não podemos e nem somos capazes de nos arrepender em lugar dos outros, mas ao perceber o que o pecado fez com a humanidade, tornando as criaturas de Deus, criadas a sua imagem e semelhança, em criaturas cheias de tudo que é podre e imundo (a própria essência de satanás) e que nós mesmos participamos de alguma forma dessas más inclinações e manifestações (Efésios 2:1-2), nos arrependemos sinceramente.

Em uma segunda etapa o arrependimento é um desejo de mudar de rumo e direção, do pecado (1 João 3:4) em direção ao amor (Rom 13:10). Uma mudança de 180º graus.

A aceitação do batismo como condição de recebimento do Espírito Santo é uma realidade bíblia, mas que também tem condições para se tornar efetiva e se concretizar na experiência de vida dos cristãos.

Batismo não é mágica. É o atender a um chamado de Deus de entrega, consagração e entrar numa relação de filiação espiritual (ainda que adotiva) em relação a Deus. O próprio arrependimento é uma necessidade que precede o batismo assim como a fé (Mc 16:16).

Essas características demonstram que o batismo bíblico é uma cerimônia que indica um encontro com Deus e aceitação de sua verdade e reconhecimento de seu chamado para a salvação e para o serviço fiel (Mt 28:19-20). E sempre que essas realidades forem vividas de forma consciente na alma humana, o batismo será o momento da descida do Espírito Santo sobre a pessoa como selo e penhor.

Ainda assim, isso não impede que pessoas já batizadas nas águas e no Espírito Santo sejam ungidas, enchidas, capacitadas pelo Espírito Santo em tempos posteriores para funções e missões especiais (1 Cor 12:7).

Essas experiências posteriores ao batismo nas águas não contradizem o fato de que no batismo bíblico a pessoa é também batizada no Espírito (o mais claro exemplo disso é o batismo de Jesus).

Existem experiências na Bíblia que aparentemente fogem a essa regra, mas elas são exceções e não regra e devem ser tratadas como tal, uma vez que o contexto de cada experiência deve ser analisado de forma singular e específica.

O verdadeiro sinal, ou os verdadeiros sinais de que somos batizados no Espírito Santo

A evidência da presença do Espírito Santo na vida de uma pessoa é tão vasta como sua obra! (Dr. Wilson H. Endruveit).

A obra do Espírito Santo é convencer (Jo 16:8); converter e conceder liberdade (2 Cor 3:16-17); ungir (Is 61:1); consolar (Jo 14:16); Guiar em toda a verdade (Jo 16:13); Glorificar a Jesus (Jo 16:14); produz frutos na vida dos que lhe pertencem (gálatas 5:22-25); conceder dons aos homens (1 Cor 12:4) e etc.

Esses poucos exemplos dão um bom vislumbre da maravilhosa obra do Espírito santo na vida do ser humano redimido por Cristo na cruz do calvário e santificado pelo lavar regenerador do Espírito (Tito 3:5).

A Palavra de Deus não dá nenhuma abertura para se anular todas essas e as outras revelações a respeito da obra do Espírito Santo em favor da manifestação de apenas um dom do espírito Santo (seja qual for) como evidência do Batismo no Espírito Santo.

Uma vida transformada é a maior evidência do batismo no Espírito Santo. Uma vida que outrora estava em trevas, mas que agora conhece e proclama a maravilhosa luz de Deus (1 Pe 2:9).

A presença de Deus através do batismo no Espírito Santo na vida de uma pessoa ou de uma igreja resultará em uma pessoa ou igreja que ama a lei de Deus e a colocam em prática, pois o Espírito nos iria guiar em toda a verdade (Jo 16:13) e uma das colunas da verdade na Bíblia é a Lei de Deus (Salmo 119:142). Um resultado muito diferente deste é visto no mundo pentecostal. Quando confrontados com a Lei de Deus (Êxodo 20:1-17 e Tiago 2:10) eles justificam a transgressão em vez de se permitirem moldar e guiar pelo Espírito do Senhor (João 16:13 e Romanos 8:14). E essa é a maior prova de que a obra que é levada adiante entre eles não é do Espírito de Deus, e sim de outro espírito.

Claro que estou falando isso em relação às pessoas que se dizem batizadas no Espírito Santo, mas conscientemente rejeitam a Lei de Deus e escolhem o pecado, justificando suas transgressões distorcendo a palavra de Deus e desonrando ao Senhor, mentindo contra ele.

Não estou dizendo que as pessoas que são pentecostais, mas ainda não receberam luz suficiente para perceberem o engano nas quais estão acreditando não sejam influenciadas pelo Espírito de Deus.

Conclusão

A obra do Espírito Santo é maravilhosa e quão grande privilégio é podermos estudá-la, compreendê-la e vivê-la e essa experiência está disponível hoje e agora a todos que confiarem na Palavra do Senhor e é por isso que temos visto satanás trabalhando pesadamente para evitar que as pessoas estudem, compreendam e vivam o Batismo no Espírito Santo de forma genuína e essa é a verdadeira razão por detrás de tão grande confusão e perplexidade que envolve esse tema no mundo cristão hoje.

É triste, entretanto, que com o objetivo de desmascarar a qualquer custo essa obra falsificada e espúria que visa enfraquecer o discernimento do ser humano sobre o verdadeiro dom do Espírito Santo, algumas pessoas têm tentado distorcer desnecessariamente a verdade bíblica para defender que o movimento pentecostal não cumpre os requisitos de um genuíno derramamento do Espírito Santo.

Existe a tentativa de diminuir a força da inspiração bíblica em 1 Coríntios 14:2/4/13-17/27-28. Essa tentativa é levada adiante pela interpretação de que as idéias contidas nestes textos, citados nesse parágrafo, não são idéias de Paulo e nem Palavra de Deus, porém idéias a serem rebatidas pelo apóstolo! Isso é uma inconsistência com o significado claro e natural do texto e ao colocar-se em dúvida a verdade de Deus por detrás dos conceitos expressos nesses textos, se está colocando em dúvida a própria Palavra do Senhor (Jo 17:17). É correto dizer que esses textos são os textos mais difíceis da Palavra de Deus sobre o dom de línguas, mas nem por isso eles não são Palavra de Deus.

Paulo não insinua que o “falar em outra língua a Deus e não aos homens que não o entendem” (1 Cor 14:2) seja um falso dom. A tentativa de se dizer que essa “outra língua” seria uma língua estrangeira, inteligível e existente no mundo, mas apenas desconhecida do recebedor do dom contradiz a expressão desse dom em atos, pois em atos os que receberam o dom de falar em línguas estrangeiras não precisavam orar para interpretá-las (o que indica que eles a compreendiam e falavam miraculosamente as línguas das nações) como foi o caso desse dom manifesto em Corinto (1Cor 14:13).

Admitir, porém, um dom de língua em Corinto em padrões de alguma forma diferentes do dom manifesto em Atos não é admitir a legitimidade do falso dom manifesto nas igrejas populares e carismáticas de hoje em dia como vários versos do texto bíblico deixam claro (1 Cor 14:5-11/19/22-26/33 e 40). Esse movimento moderno cai diante da revelação de Deus e nenhum texto da Bíblia precisa ser mal interpretado para que isso fique claro!

A posição adventista é a de que a Palavra de Deus é a verdade e inspirada em sua totalidade (2 Tm 3:16). E não devemos distorcer essa verdade para atacar a falsa manifestação do dom de línguas. Espero que todos compreendam a seriedade e relevância dessas breves considerações e colocações feitas aqui.

As complicações e tensões entre o dom de línguas em Atos e em Corinto devem ser mantidas de forma saudável e entendendo-se que elas não se contradizem e muito menos dão apoio a movimentos fanáticos e falsos e que já são por eles mesmos refutados e desmascarados pela Palavra do senhor.

“E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante Deus tranqüilizaremos o nosso coração” (1 João 3:19).
Ezequiel Rosa Gomes Júnior

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

A obra de Deus e os dons dos homens


Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais... 1 Coríntios 14:1

O amor é o dom supremo e resume a Lei, a vontade de Deus, seu nome e seu reino e é a palavra usada para expressas quem Deus é (1 Jo 4:8). Mas o amor se manifesta de várias formas e é despertado de forma diferente em pessoas diferentes. É por isso que Deus distribuiu dons aos seus filhos neste mundo, para que iluminem o mundo e conduzam as pessoas a Ele, o único que pode dar sentido a vida humana nos mais variados âmbitos de sua existência (psicológica/emocional/mental/; histórica; filosófica; escatológica).
As grandes cidades são, de forma especial, desafiantes quando pensamos na obra de Deus. Por mais que todos sejamos dotados de dons e talentos que nos capacitam a fazer a diferença no mundo, é fato que nos sentimos pequenos diante da complexidade da missão a nós confiada num lugar onde a vida humana quase que se dissociou da verdade Eterna e dos paradigmas diante dos quais a Palavra de Deus pode ser compreendida e vivida. Pregamos o verdade num mundo que só conhece a mentira, e somos chamados a viver o amor onde abunda o desprezo, egoísmo e a violência.


Essa situação complexa exige esforço pensado e executado de forma coerente com as necessidades das pessoas no lugar onde elas se encontram. Acho que é por isso que lemos em Obreiros Evangélicos (página 345): “... Com a proclamação da mensagem em cidades grandes, há muitas espécies de trabalho a ser efetuado por obreiros de vários dons (diferentes)”.
Nem todos são confrontados ou alcançados adequadamente pela verdade de Deus da mesma forma. Estratégias e programas muito bons para chamar a atenção e inspirar a decisão de algumas pessoas certamente serão atitudes e programas que jamais poderão gerar as mesmas respostas em outras pessoas, e isso acontece por uma ampla convergência de fatores.
Por isso Deus nos dotou a cada um de inúmeros dons diferentes e cada cristão deve ser um trabalhador que execute sua missão e seu chamado de levar Cristo ao mundo de forma criativa, coerente com a verdade, pulsante, vibrante, respeitosa e poderosa. Dessa forma muitas pessoas serão colocadas na posição de verem a verdade de forma clara e se assim acontecer, podemos estar certos que muitas decisões em favor da verdade serão tomadas e essas decisões serão os meios através dos quais pessoas serão salvas de seus pecados e de toda a maldade de Satanás tão presente implícita ou explicitamente na vida delas.

A missão é muito grande e difícil, e na verdade, ela é impossível de ser cumprida pela sabedoria, estratégia e manipulação humana. Mas o Senhor nos dará forças para fazermos o impossível e o mundo será em breve inundado da glória da verdade de Deus (Apocalipse 18) para a salvação de todo aquele que em Cristo crer com fé sincera e genuína em amor (Gálatas 6:5).

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Fervorosos de Espírito

No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; Romanos 12:11

O fervor é uma qualidade espiritual maravilhosa, sendo uma característica de todos que adequada e positivamente respondem ao amor de Deus por eles revelado em Jesus Cristo. O Senhor nos amou primeiro (1 JO 4:19) e em resposta a esse amor é que viveremos a verdadeira vida da fé. O fervor, porém é visto entre muitas pessoas, como característica que beira o fanatismo e que se normalmente expressa em forma de gritarias nos cultos religiosos ou coisas desse tipo. A verdade, entretanto, é diferente.

O fervor pode e deve se manifestar de forma vigorosa, mas ele não deve se manifestar de forma fanatizada. O espírito de fanatismo em qualquer movimento religioso sempre teve impactos muito mais negativos do que positivos e geralmente leva a verdade ao descrédito e ao opróbrio. O fervor que pode e deve se manifestar de forma vigorosa é o zelo inteligente, consciente e ativo pela verdade de Deus e seu amor infinito pelos seres humanos pecadores como são. A verdade, posta desta forma, queimará em nossos corações, como queimava quando Cristo caminhava ao lado de dois de seus discípulos do caminho de Emaús (Lucas 24). Dessa forma, depois de um encontro com Cristo manifestaremos fervor, ou seja, levaremos sua mensagem ao mundo dizendo: “O Senhor vive e nós o temos visto”. E essa obra será levada avante a despeito dos gritos e manifestações espalhafatosas e deslocadas de alguns que se dizem fervorosos, mas que a despeito de toda a dramatização de sua “adoração fervorosa” não levam a verdade de Deus de forma adequada a ninguém no planeta terra.
Ellen White escreveu: “Há necessidade de... fervor. O tempo está passando rapidamente, e necessitam-se homens dispostos a trabalhar como Cristo o fazia. O meditar somente não satisfará a necessidade do mundo. Religião não deve ser uma vida sossegada, cheia de oração. O meditar somente não satisfará a necessidade do mundo. Religião não deve ser em nossa vida uma influência subjetiva. Temos de ser cristãos bem alerta, enérgicos e ardorosos, cheios de desejo de comunicar aos outros a verdade.” Obreiros evangélicos, p.143
Esses pontos destacados são interessantes e relevantes. O fervor não é uma opção dos cristãos verdadeiros, e sim uma necessidade diante do cumprimento a passos largos das profecias e do breve retorno do Senhor nas nuvens do céu diante de toda a humanidade (Ap 1:7). Meditação, oração, assistência aos cultos não são provas de fervor, mas o serviço ativo, motivado e submerso pela atmosfera do amor de Deus sim. É esse fervor de espírito que deve acompanhar nossos esforços por um mundo perdido em suas filosofias e alvos deturpados e mesquinhos. E com fervor faremos uma obra que Será coroada de êxito e assim glorificaremos o nome do Senhor nosso Deus e Pai.

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ensinando para transformar vidas - Howard Hendricks


O livro, ensinando para transformar vidas, de Howard Hendricks é um clássico coeso e ao mesmo tempo profundo sobre os objetivos da educação Cristã e o meio de se alcançar esses objetivos. Neste Post estou colocando a resenha crítica que fiz de cada um de seus capítulos. Como o texto é extenso não vou deixar todo ele à mostra, mas os que se interessarem é só clicar em Saibam mais e ler todo o conteúdo, vale a pena. O livro é inspirador e vale a pena ler e refletir sobre as verdades nele expressas


Capítulo 1: A Lei do Professor
O professor Howard Hendricks explora as verdadeiras raízes que fazem de um professor, um bom professor. Ele acentua a necessidade de crescimento pessoal constante, de interesse profundo pela vida e pala Palavra de Deus, de um conhecimento de causa poderoso e profundo nas questões que se deseja ensinar aos outros e na ligação entre o crescimento físico, mental, social com o crescimento espiritual que é tão almejado pelas pessoas que desejam fazer o melhor para Deus no ministério profissional ou mesmo leigo para o qual Deus os tem chamado. O professor Hendricks diz que todo professor deve se manter consciente de que é, antes de ser um professor propriamente dito, um aluno na escola da verdade e da vida e nos exorta a sermos pessoas que estão sempre dispostas, através de uma atitude humilde, a aprender e então nos tornaremos “professores” eficientes e que farão diferença relevante na vida de seus “alunos”. Para que esse relacionamento de educação (direta ou indireta) redunde em transformação e faça a diferença na vida de outras pessoas é imprescindível que a própria vida do professor tenha sido transformada pelo contato com o Senhor Jesus Cristo, que é o legítimo professor dos seres humanos em todas as áreas múltiplas que abrangem a existência humana. Essas verdades expressas de forma lúcida, leve e bem humorada devem nos levar à introspecção e avaliação profunda e sincera. Todos somos professores em algum sentido e através de nossas “aulas” estamos ensinando as pessoas quais são nossos verdadeiros interesses e prioridades e por nosso exemplo estamos fazendo discípulos que, a partir de nosso exemplo, podem seguir o bem ou o mal, a verdade ou a mentira, o pecado ou a Lei de Deus, Satanás ou Jesus Cristo. Não podemos negar a responsabilidade de homens chamados por Deus (ou pelos menos que se consideram chamados) diante dessas questões. Nossas palavras e atitudes, nossos exemplos diante das pessoas no que tange a vida pessoal, familiar, estudantil, profissional, social e espiritual são nossos ensinamentos e aulas ministradas e todos que nos rodeiam são de alguma forma nossos alunos. Quando paramos de crescer e de nos importar com o que as pessoas estão efetivamente aprendendo conosco ou quando nos damos ao luxo de ensinar com a vida algo totalmente incoerente com o que ensinamos com os lábios (o evangelho de Deus) nos tornamos professores indignos de tal deferência. Portanto sermos pessoas dignas de levar a verdade de Deus ao mundo deve ser um objetivo constante de nossas almas diante de Deus e nesse intuito que nos tornemos os melhores professores que a graça de Deus pode nos tornar. Que o exemplo de Cristo nos constranja constantemente neste propósito e que ao contemplarmos a ele sejamos transformados de glória em glória até que sejamos perfeitamente e imagem e semelhança do Senhor.
Capítulo 2: A Lei do Ensino
Neste capítulo o autor trata de como o ensino deve ser uma processo que pode ser desencadeado pelo professor, mas que não será efetivo ou satisfatório em seu grau mais elevado, sem transformar o aluno numa pessoa interessada em desenvolver seu próprio conhecimento e que s empenhe nessa tarefa da forma mais autônoma quanto possível. O professor deve, nesse contexto, estimular de forma sábia aos alunos e imprimir neles o amor pelo aprender e o que o aluno fará depois da aula é mais importante do que o professor faz na aula. Devemos como professores, ser estimuladores e motivadores do processo e servir como fonte de autoridade, conhecimento e fornecimento de diretrizes para o estudo na área em que a aluno está afora estudando. Ensinar é mais que uma técnica ou ciência, apesar de carregar elementos técnicos e científicos, mas é uma arte e como tal deve ser encarada. Howard trata também da presença da tensão e da frustração como partes inerentes do processo saudável do aprendizado. Essas características, tidas como negativas por grande número de pessoas podem ser gatilhos que levem um aluno a aprender de forma intensa, extensa e efetiva coisas que jamais aprenderia de outra forma. Nesse processo de ensino, um dos desafios mais centrais (senão o mais central definitivamente) é a tarefa de ensinar as pessoas a pensar. Para isso o professor deve ser ele mesmo um bom pensador e trabalharmos com inteligência para estimular que seus alunos assim também o sejam. Nesse objetivo devemos enfatizar a necessidade de transformar nossos alunos em bons leitores, bons escritores, bons pregadores e bons ouvintes. Cada uma dessas características tem sua importância e dificuldades inerentes, mas todas são essenciais para o processo de aprendizado. Essas questões são de importância singular no mundo e que vivemos. Muitas pessoas perecem pela falta de entusiasmo diante do aprendizado e por conseqüência da prática da Palavra de Deus. Assim também ocorre pela deficiência na área da leitura. Devemos tentar ajudar a igreja a compreender a necessidade de se ler mais e melhor e despertar as potencialidades intelectuais e espirituais através dessa ferramenta de aprendizado e edificação mental. Uma vida vivida para Glória de Deus será sempre uma vida de interesse profundo, sincero e sadio pelo conhecimento de Deus, da natureza e de tudo que engloba a revelação. Devemos em nosso ministério atrair as pessoas para que compreendam e desenvolvam esses conceitos e realidades espirituais em suas próprias vidas e assim fazendo, elas serão beneficiadas e nós demonstraremos a razão pela qual Deus nos chamou para ensinar aos homens tudo que Jesus ordenou. Transformar as vidas daqueles que Deus colocar em nosso caminho é uma tarefa elevada, gloriosa e pesada, e que exige que os homens de Deus sejam pessoas fortes, perseverantes e inabaláveis na fé e totalmente dispostas a ensinar as verdades de Deus movidos por amor genuíno e verdadeiro por Cristo e pelos seres humanos que ele morreu pra salvar. Ensinar é tarefa que exige preparo e dedicação e esforço, assim como constante avaliação, revisão e crescimento. Deve-se acabar com a mentalidade de que o ensino cristão é coisa secundária no ministério, antes ele deve ser exaltado como instrumento especial de Deus na salvação efetiva de milhões de pessoas que um dia estarão no céu conosco pela graça de Deus.
Capítulo 3: A Lei da Atividade
Hendricks nesse capítulo chama a atenção para a necessidade de se tornar a aprendizagem efetiva e transformadora e impactante. Isso, segundo ele, só pode acontecer em resultado de se envolver o aluno nesse processo e fazer com que ele aprenda coisas que façam sentido para ele e lhe sejam relevantes e que ele pratique as coisas que aprende de forma a se tornar uma pessoa diferente do que era antes de possuir o conhecimento teórico e prático. Quanto maior for o envolvimento do aluno nesse processo maior será o volume de coisas aprendidas e o processo todo deve ser guiado com vistas à objetivos específicos e bem delimitados e consistentes, que sejam adequadamente programados e executados e que sejam efetivos no transformar a vida dos alunos. Devemos nos afastar de conceitos pobres e errôneos sobre o aprendizado e entender que só o exercício adequadamente orientado (e depois praticado) leva ao aperfeiçoamento que desejamos e devemos entender também que somente uma experiência adequadamente avaliada pode servir de direção e guia (mestre) para nos levar aos nossos objetivos. É fazendo as coisas certas que aprendemos a fazer as coisas certas e isso é uma verdade que deve moldar nossos métodos educacionais. Howard enfatiza a necessidade da prática para uma aprendizagem eficaz e estabelece várias diretrizes que podem tornar as atividades com objetos didáticos mais atraentes ou eficientes ao ajudar os alunos a fixar e adquirir os conteúdos relevantes à sua área de especialização (estudo). Essas atividades devem ser sempre realizadas com o foco em envolver o aluno no processo de sua aprendizagem para tirar o máximo dessa experiência. Certamente o professor Howard Hendricks traz à tona de forma clara, simples e objetiva conceitos muito interessantes e profundos do ponto de vista bíblico e científico a respeito do processo da educação “normal” e do discipulado cristão (educação especificamente cristã e bíblica). Ele toca nas feridas da educação chamada cristã ao nos lembrar (e quão grande absurdo é a igreja esquecer) que o cristianismo verdadeiro é a força mais revolucionária e poderosa na transformação (salvação) de vidas que existe no planeta terra. Essa informação é comprovada na história pessoal de todos que conheceram a Cristo por meio de um processo de conhecimento, aceitação, discipulado e apostolado (no caso daqueles que Deus realmente enviou a pregar a sua Palavra com autoridade e poder) e deve ser vivida repetidamente por todo o mundo onde o evangelho será pregado conforme a ordem de Jesus cristo a seus seguidores. Todos sabemos da necessidade de praticar o que cremos, mas por nossa natureza pecaminosa e seduções de Satanás nos pontos onde somos fraco acabamos falhando nessa tarefa e por isso devemos constantemente lembrar de que só seremos aprendizes de verdade quando praticarmos as coisas que Cristo nos tem ensinado através da Palavra de Deus, do Espírito Santo e da própria vida. Essa obra, a de praticar o amor e a Lei de Deus, é urgente e o mundo carece de pessoas que estejam dispostas e preparadas para tal. Não existe, porém, como alguns talvez gostariam que existisse, um atalho para se chegar nessa condição espiritual, mas ela deve ser atingida através da prática constante dos princípios encontrados no evangelho e reveladas na vida de Cristo Jesus.

Capítulo 4: A Lei da Comunicação
A comunicação é, neste capítulo, analisada de um ponto de vista abrangente ainda que simples. Hendricks declara que a comunicação não é um processo tão fácil de ser entendido e aplicado satisfatoriamente por nós, mesmo com todas as nossas boas intenções e diante disso devemos orar mais, estudar mais e se esforçar mais para que nossa comunicação seja poderosa e digna da mensagem que está por detrás dela. Para que a comunicação seja eficiente, temos que estabelecer pontos em comum com aqueles que ouvem ou recebem nossa mensagem de alguma forma. Quanto mais próximos estivermos ou conseguirmos chegar da realidade de alguém mais potencialmente positiva será nossa comunicação, e isso deve envolver a derrubada de barreiras raciais, religiosas, sociais, sexuais, morais e etc. A comunicação envolve realidades profundas da natureza humana como: Intelecto (pensamento); Emoção (sentimento); e Vontade (ação). Quanto melhor eu conhecer algo e quanto mais intensamente eu sentir e praticar esse algo, mais poderosa será minha comunicação desse algo. Não se deve transmitir uma verdade apenas intelectualmente, nem se deve superestimar o poder das palavras (mesmo as palavras positivas e verdadeiras a princípio). Devemos ser o que pregamos e devemos pregar o que somos e assim a comunicação será realizada num âmbito muito mais profundo que o âmbito das palavras e isso é essencial uma vez que as pessoas só captam 7% da comunicação que as transmitimos através de palavras, os outros 93% são resultado de outras formas de expressão de nossas mensagens. Ele diz também que a comunicação tem um componente emocional inerente que deve ser conhecido e explorado, com o cuidado de se evitar o emocionalismo. Devemos vibrar com nossa mensagem e fazer outros vibrarem com ela também uma vez que comunicamos o que somos e não o que dizemos ser. A importância de se preparar adequadamente e de apresentar uma mensagem são enfatizadas e na obra da comunicação da verdade devemos estimular as respostas das pessoas que nos ouvem é imprescindível para tornar nossa mensagem veículo de transformação efetiva e de salvação eterna na vida de todos que entrarem em contato com ela. A comunicação da verdade é uma arte, uma ciência e uma necessidade de todos que amam a Cristo e pensar nessas coisas e colocar em prática as coisas que são coerentes com a Palavra de Deus nesse sentido certamente há de trazer mais vigor espiritual e sentido para nossa própria existência como indivíduos e como igreja. É impressionante no estudo desse tema saber que comunicamos o que somos e não o que falamos. Isso deve ser em nossa mente um alerta constante em nosso coração para que estejamos sempre conscientes da necessidade de purificação de nosso coração para podermos comunicar a verdade de Deus a um mundo que quer poder e não apenas palavras e teorias. Comunicar é um privilégio, uma arte, uma responsabilidade e uma necessidade dos pregadores da Palavra do Deus Eterno. Sempre devemos pensar e repensar nos processos e meio de comunicação e empenhados nesta tarefa estaremos prestando real e importante ajuda na obra de Salvação das pessoas a quem Deus ama de tal maneira, que por elas deu seu filho para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Capítulo 5: A Lei do coração
Hendricks aborda conceitos interessantes nesse capítulo que giram em torno do fato que para que um processo de ensino-aprendizagem seja eficaz, eficiente e efetivo, a comunicação deve existir de coração para coração (dentro do conceito bíblico de coração, que segundo o autor envolve o intelecto, a emoção e a vontade) e não apenas de uma mente para outra mente. O professor Howard revela que aquele que ensina deve ter boa credibilidade diante de seus alunos e deve conquistá-la honestamente mesmo que isso envolva “muito suor”. Depois ele enfatiza e necessidade de o professor saber despertar os sentimentos de seus alunos para criar atitudes saudáveis no processo da educação como um todo e demonstra também que o conteúdo do ensino é de vital importância no processo e jamais deve ser relegado a um segundo plano, de maneira nenhuma. Ele sublinha esse último ponto ao lembrar a importância que Deus dá ao conteúdo da revelação. Como resultado dessas três características citadas, o aluno é conquistado pelo caráter do professor e lhe confere credibilidade, é animado emocionalmente a se envolver com o processo de aprendizagem pela ligação emocional que desenvolve como o professor que lhe conquista a confiança e por fim o conteúdo gera a percepção do aluno e agora o aluno estará apto a um dia reiniciar o processo de ensino-aprendizado do outro lado da questão, ao ensinar ele mesmo o que lhe foi transmitido por um professor. Para que isso se torne uma realidade vibrante e saudável é importante que professor e aluno tenham um bom relacionamento e as iniciativas mais ousadas para que isso ocorra devem partir do professor movido pelo amor cristão e genuíno interesse. É dever de todos os professores desenvolver meios através doa quais esse processo seja efetivo em sua realidade de trabalho com os alunos que estão diante dele para aprender a verdade da Palavra de Deus. Essas realidade serão cada vez mais raras numa igreja que prega mas não vive a verdade e cabe a todos que têm sido chamados por Deus lutar contra isso. Não basta conhecimento intelectual da verdade é necessário conhecimento relacional e experimental com o Senhor para que se tenha um vislumbre mais claro de quem Deus realmente é e da extensão infinita de seu Poder que age em nós e por nós na vida de outras pessoas. Conquistar as pessoas tem sido cada vez mais difícil numa sociedade egoísta e com valores e visões de mundo deturpados e corrompidos por mentiras e pecados, mas a todos que se empenharem nesse sentido por amor a salvação das pessoas é garantido auxílio divino. As pessoas estão destruídas ou pelo menos doentes emocionalmente, psicologicamente, mentalmente e emocionalmente, além de espiritualmente e diante desse terrível quadro Deus chama homens e mulheres que sejam capazes de ler os problemas, entendê-los e assim que sirvam de instrumentos de Deus para consolar e abençoar as pessoas tão carentes e necessitadas da verdade como as que temos em nossos dias em nossa sociedade e mesmo em nossa igreja. Pessoas que tenham um coração cheio de Cristo são os únicos que podem levar Cristo ao coração de outras pessoas e essa verdade é muito mais simplesmente conhecida teoricamente do que na prática. Os poucos, entretanto, que estão sendo chamados por Deus para serem diferentes, serão aqueles que falarão com poder ao coração das pessoas, e isso de coração a coração.
Capítulo 6: A Lei da Motivação
Howard Hendricks nesse capítulo enfatiza a questão da motivação como parte imprescindível do processo de ensino-aprendizagem e revela que geralmente a motivação surge da curiosidade, do senso de propriedade, de utilidade, de atender as necessidades, desafios, reconhecimento social e aceitação por parte de outros. O professor Hendricks diz que o aprendizado só será efetivo se o aluno se o aluno se achar corretamente motivado para o processo de aprender. A motivação ocorre em dois níveis: um exterior, ou extrínseco e um interior ou intrínseco. O objetivo do processo de aprendizado e do trabalho do professor é segundo Hendricks, ativar a motivação interior do aluno através da motivação exterior. Os alunos devem fazer as coisas que devem fazer não por obrigação, mas por vontade própria e sincera. Para se estruturar corretamente o processo todo é necessário que o professor exponha a matéria ou assunto que quer que os alunos conheçam, entendam e pratiquem. Depois o professor deve demonstrar aos alunos essa verdade ou esse assunto, no terceiro e quarto estágios os alunos devem por em prática o assunto, primeiro em um ambiente controlado e depois na realidade, tanto quanto for possível. O processo deve envolver o aluno de modo que ele possa dar opiniões e idéias a serem discutidas ou mesmo implementadas na execução ou elaboração das tarefas e projetos de aprendizado. A motivação, entretanto, deve ser sempre correta e bíblica, pois de outra forma pode se tornar uma maldição em vez de benção. Ensinar também é uma tarefa que dá melhores resultados quando os alunos recebe algum tipo de responsabilidade real no processo. Devemos envolver as pessoas tanto quanto possível em obras e ministérios que coloquem ou pretendam colocar em prática as coisas referentes às aulas que ministramos a elas para que elas cresçam e aprendam de forma eficiente. Devemos sempre estimular a criatividade por sua potencialidade de motivar as pessoas a estudar e conhecer e praticar alguma verdade bíblica e nunca devemos estagnar as pessoas em um mundo de regras que não tem sentido, apoio nem base na Bíblia. Quando estamos motivamos nos tornamos agentes de motivação e mesmo de Salvação na vida de outros. Estar motivados é quase uma lei divina para quem quer que as pessoas aprendam as verdades de Deus. Se as coisas espirituais não nos fizerem vibrar e se alegrar e crescer e mudar a nós que estamos em contato com elas constantemente, que ela fará àqueles que mal a conhecem ou entendem? De posse da verdade, devemos estar entusiasmados e felizes e transbordantes de graça e poder de Deus e então as pessoas desejarão conhecer o Deus que conhecemos e assim será muito mais fácil motivarmos elas a se envolverem de forma profunda e responsável com a verdade de Deus e com a igreja. A motivação só surge quando as pessoas compreendem o verdadeiro significado do evangelho em sua beleza e pureza reais e para que essa verdade seja conhecida dessa forma devemos fazer tudo que nos for possível pela graça de Deus e diante do fato que a Palavra do Senhor diz que tudo nos será possível, sabemos que podemos chegar muito mais longe do que temos chegado até hoje como indivíduos ou como igreja da Jesus Cristo nesta terra. A motivação d trabalhar para Deus deve surgir de uma intuição profunda de seu amor, de sua presença e do retorno de Jesus nas nuvens em nossa geração.
Capítulo 7: A Lei da Preparação prévia
A preparação prévia por parte de professores e alunos é destacada por Hendricks como uma das leis que promoverão se obedecidas, educação satisfatória e efetiva. Nesse caso é importante que o professor sempre esteja em dia com a preparação cuidadosa, criativa, relevante e instigante de suas aulas e para que o aluno se prepare previamente para as aulas é importante que seu interesse seja despertado de forma sadia, envolvente e profunda a tal ponto de este se preparar já co antecedência para as aulas que serão ministradas. Essa lei e a base do que conhecemos como Lição de casa e apesar de não ser fácil estimular as pessoas que estudem dessa maneira, especialmente coisas que elas não são obrigadas a estudar, é sempre um desafio em nossa área de atuação na obra do Senhor. Devemos nos esforçar para estimular o estudo prévio dos conteúdos, tanto quanto possível e isso pode resultar em uma transformação maravilhosa na vida de um aluno que se dispor a fazer dessa forma. A tarefa coloca o pensamento em dia e em movimento evitando que o aluno chegue ao local da aula sem a mínima noção ou expectativa em relação ao que vai acontecer. O aluno passa também a ter um ponto de partida para o estudo pessoal da Bíblia o que é importantíssimo. As tarefas devem ser criativas, coerentes, instigantes, bem elaboradas, claras, plausíveis e adequadas às pessoas que as vão realizar. Num processo de ensino-aprendizagem o importante é que não sejamos também previsíveis. Quanto menos previsíveis formos mais teremos chance de impactar as pessoas com algo que faça verdadeiramente a diferença na vida pessoal delas. Devemos conquistar a confiança das pessoas e assim teremos influência positiva e poderosa para fazermos elas confiarem em si mesmas e nas verdades bíblicas que podem conhecer por si mesmas na Palavra de Deus. Devemos valorizar as pessoas que interagem no processo e estimular as pessoas a fazerem anotações e pensar e aplicar o conteúdo estudado na vida pessoal deles. A preparação para qualquer tarefa é importantíssima. Nada deve ser mal feito e isso deve ser uma verdade especialmente conhecida e praticada por aqueles que estão em contato com as coisas de Deus. Infelizmente essa não é a realidade de muitas de nossas próprias obras para Deus e nesse ponto deve haver urgente e profunda reforma. Devemos ser mais conscienciosos do que estamos fazendo para Deus e devemos ter objetivos reais, porém altos e que nos estimulem a trabalhar duro para alcançá-los. Preparação exige disciplina, perseverança e garra e essas qualidades devem se fixar no caráter e na experiência de todos que testemunharão as cenas finais da história desse mundo. Nesse sentido não podemos avaliar o quanto podemos ser nós mesmos abençoados ao começar a desenvolver essas qualidades em nossas vidas ao prepararmos nossos sermões, palestras, seminários e estudos bíblicos sempre com amor profundo e senso da santidade dessa obra à qual Deus nos chama. É um privilégio estudar e praticar essas coisas e sempre haverá espaço para crescimento nesse conhecimento e na prática das verdades expostas aqui. Deus preparou todas as coisas para nossa salvação desde a fundação do mundo não devemos ser descuidados se queremos honrar e glorificar o nome daquele que criou todas as coisas segundo os conselhos de sua própria vontade e sabedoria infinita.

Capítulo 8: O investimento
Quem pára de crescer hoje, pára de ensinar amanhã; A maneira como os alunos aprendem deve determinar a maneira como ensinamos; quanto maior o nível de envolvimento maio será o nível de aprendizado e maior o volume de conteúdo aprendido; Para que haja comunicação é necessário que se estabeleçam pontes de ligação entre o comunicador e o receptor; O ensino que realmente causa impacto não é aquele que passa de uma mente a outra mente, mas sim aquele que passa de um coração a outro coração; O ensino será mais eficiente se o aluno se encontrar adequadamente motivado; O processo ensino-aprendizagem é mais eficiente se tanto o professor quanto o aluno estiverem previamente bem preparados; Esses são princípios básicos que se acham ligados ao processo de ensino e se os compreendermos e aplicarmos de forma correta e coerente podemos esperar fazer a diferença na vida de nossas alunos. Entretanto nosso sucesso não depende do conhecimento ou mesmo da aplicação desses conceitos e sim de nossa comunhão com Deus e como resultado de quem nós somos no íntimo e do grau de nossa permissão de sermos usados por Deus como instrumentos em suas mãos. Devemos pagar o preço do crescimento espiritual e da chance de sermos professores marcantes da verdade bíblica e que farão a diferença na vida de seus alunos e assim farão a diferença no mundo. A alegria de ser uma peça nessa grande obra de salvação e de edificação da igreja através do conhecimento da Palavra de Deus e do Senhor Jesus Cristo é inefável e não devemos trocar isso por metas medíocres e métodos ultrapassados e mortos. A leitura desse livro contribuiu grandemente para alargar as minhas percepções da obra da educação cristã e para me fazer pensar mais seriamente em que tipo de pessoa eu realmente sou e que tipo de professor eu serei quando for um líder da igreja e responsável por muitas áreas de uma igreja ou capelania. Desejo crescer no entendimento e prática das verdades expostas nesse livro e ter mais chances de fazer a diferença na vida de pessoas através do discipulado cristão. A linguagem simples e os conceitos profundos se unem nesta obra e me fazem pensar no sentido real do que seja a educação cristã e se estou disposto a pagar o preço para que a minha igreja tenha uma educação nesses moldes quando eu for “professor” nela. Certamente a emoção me faz querer responder afirmativamente a esse questionamento e espero que essa resposta emocional possa ser traduzida em atitudes coerentes e que através de um processo de acrescimento pessoal com Cristo eu possa um dia ser capaz de levar outros nesse mesmo caminho ascendente em direção a uma vida verdadeiramente coerente com a Lei e Palavra de Deus do fundo do coração até as mais simples atitudes, passando pelo intelecto e pelo coração, e isso de toda a minha força, entendimento e alma.

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Sétimo dia

Malasia - Kuala lumpur...



"Lembra-te do dia de sábado para o santificar" Exodo 20:8

Esse podcast é uma reflexão de 12 minutos sobre o tema do sábado da perspectiva da minha experiência pessoal e tem como contexto a agitada e interessante cidade de Kuala lumpur.

O Sábado é uma benção de Deus para a humanidade e é nosso dever entender os princípios e benção que estão contidos nele como dia abençoado e santificado por Deus e feito para nós seres humanos! Que Deus te abençoe na compreensão e na experiência espiritual com o sétimo dia!

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Sumo Sacerdote no Santuário Celestial (duas partes)

A obra de Jesus Cristo por nós hoje, no santuário celestial é imensamente importante e interessante, além de ser praticamente desconhecida de muitos que dizem crer na Bíblia e conhecer ao Senhor. Esses dois videos tratam da verdade bíblica sobre nosso sumo sacerdote, que está a destra de Deus e é ministro do verdadeiro tabernáculo, o Santuári celestial (Hb 8:1-2).



Nessa primeira parte dessa maravilhosa mensagem é abordada a realidade de quem é nosso Sumo Sacerdote e qual a obra dele em favor da humanidade hoje, em pleno século 21.
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Essa segunda parte da mensagem trata das qualidades e características específicas que fazem de Jesus Cristo um sumo sacerdote compassivo conosco (Hb 4:15), e que pode nos salvar totalmente e perfeitamente por seu amor e graça, com base em tudo que ele já realizou por nós na cruz do calvário.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Infinitamente mais!!!




"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém! " Efésios 3:20-21

Eu sou um profundo admirador da inteligência humana! A contemplo, a estudo, penso sobre ela e ela me fascina e vejo nela uma das várias características da humanidade enquanto "a imagem e semelhança de Deus"
Nossa capacidade de criar mundos, consoantes com nossa percepção da realidade é quase infinita.
Fazemos isso em nossa imaginação, no íntimo de nossa alma, e transportamos essas realidade criadas por nós ao mundo exterior a nós mesmos através de desenhos, criações computadorizadas, literatura, música e de muitas formas inusitadas e criativas, interessantes e inspiradoras.
Essas criações de nossa mente demonstram palidamente nossa capacidade de imaginar e criar, e mostram também que coisas preenchem nosso coração.
Exteriorizamos a atmosfera de nossa alma e nos cercamos das coisas que revelam quem somos e do que gostamos.
Existe um pensamento chinês que diz que se você quer saber se uma pessoa é inclinada para as coisas do alto ou
para as coisas de baixo, basta saber a quem ou ao que essa pessoa dá atenção.


Existem muitas pessoas entregando-se às imaginações eróticas e sensuais em busca de satisfazer suas necessidades sentimentais, emocionais, psicológicas e sexuais.
Elas pensam em felicidade e prazer, satisfação e cercam-se dessas coisas como consequência natural de as carregarem no coração e na mente de forma intensa e
constante.
É bastante comum que essas pessoas se envolvam com pornografia e se tornam depositórios de todo lixo que Satanás colocou na vida humana.
Porém, como essas imagens são bonitas e retratam os desejos de suas almas, essas pessoas se tornam acostumadas com o pecado sexual, viciadas e dificilmente se arrependem, dado o prazer que elas têm de viver suas vidas nessa atmosfera sensual.
Satanás esforça-se para tornar essas pessoas tão inebriadas com a suposição de que o sexo traz a felicidade que eles não encontram, que elas não questionem esses padrões, e
sempre os multipliquem com a impressão de estarem se cercando de coisas boas e excelentes!
Satanás sempre tenta fazer o pecado parecer bom, e ao fecharem os olhos para toda a dor que os seres humanos conheceram por causa do pecado muitas pessoas se tornam presas fáceis.


Mas existem infinitas outras áreas nas quais as imaginações e criações
humanas expressam as diferentes atmosferas nas quais diversos seres humanos estão envolvidos.
A atmosfera negativa, escura, depressiva e maligna é sempre retratada nas artes e envolvem muitas pessoas
numa atmosfera de tristeza e solidão.
Muitos homens e mulheres tem se entregado aos sentimentos sombrios e carregados de maldade, ódio, violência e etc.

Essas tendências são alimentadas pelas músicas igualmente sombrias que existem na alma e nos ouvidos dessas pesso
as e elas se envolvem cada vez mais com essas coisas.
É como se a alma que tem essas tendências fosse atraída por esse "espírito" e que no contato com essas coisas esse espírito é fortalecido cada vez mais.
Assim, a imaginação humana se torna fonte de uma série de coisas que se "materializam" na vida das pessoas e as rodeiam e acompanham e se torna difícil escapar dessa atmosfera.
Existem outras infinitas atmosferas pelos quais as pessoas se cercam...
























Atmosferas futuristas
Atmosferas românticas
atmosferas alegres
Atmosferas criativas ao extremo e de infinitas formas...

Mas eu gostaria de pensar sobre o texto bíblico que diz que Deus é infinitamente capaz de fazer mais!
Podemos imaginar (e imaginamos) muitas coisas...
Boas e ruins
Podemos nos cercar ( e nos cercamos) de muitas coisas...
Boas e ruins
Mas Deus pode fazer (e fará) muito mais por nós do que podemos pedir ou sequer imaginar.
Esse Deus está hoje empenhado em nos salvar dos nossos pecados. Em nos conduzir ao arrependimento e à experiência de sua graça, mas quando Jesus Voltar ele estará empenhado em cumprir suas promessas de felicidade eterna.
E essa felicidade está além da capacidade da imaginação humana...
confiem no Senhor!!!!
amém!!!

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Andando na Luz- uma meditação em audio

Essa mensagem em audio é uma reflexão sobre o primeiro capítulo da primeira carta de João contida nas páginas da Palavra de Deus. Espero que o conteúdo dessa mensagem possa trazer luz e poder para a vida de todos que entrarem em contato com ela e assim que muitos, senão todos, decidam-se por andarem na luz do Senhor, em comunhão com as pessoas e assim, dessa forma, que sejamos todos puficados de todos os nossos pecados pelo sangue de Jesus Cristo, segundo a promessa da Palavra do Senhor. (1 João 1:7)






A primeira carta de João é um dos documentos mais inspiradores de toda a literatura mundial. Sua forma clara e direta e seus apelos à fidelidade em amor ao Senhor que derramou seu sangue por nós e que deve resultar em grande alegria e paz (1 Jo 1:4) é tocante e tem sido veículo de transformações poderosas na vida de muitas pessoas que entraram em contato com as verdades expressas pelo apóstolo. O apóstolo exprime de forma vigorosa no primeiro capítulo dessa carta que conhecer a verdade teoricamente não é suficiente, é necessário um compromisso radical de experiência real nas coisas espirituais e que resultem em um vida que honra e glorifica a Deus na realidade através do amor e da comunhão com o Pai e com seu filho Jesus Cristo, bem como com todos os seres humanos que cruzarem nossos caminhos (1 Jo 1:7). Devemos andar na luz da verdade, pois sem essa experiência é possível que nos vejamos sem forças para resitir às investidas de Satanás, que certamente virão.


O apóstolo também nos vacina contra qualquer tentativa de se avaliar a questão do pecado de forma superficial e demonstra que é vã e enganosa toda e qualquer pretensão humana de "estar sem pecado" (1 Jo 1:10) e expõe como mentirosa qualquer pessoa que pretenda contradizer isso de forma direta ou indireta. João portanto nos exorta a um relacionament de perfeita soinceridade com Deus em relação a todos os nossos pecados (1 Jo 1:9) e nos dá a certeza de que sempre que assim fizermos e buscarmos a Deus em arrependimento, admissão e confissão de pecados, seremos plenamente perdoados e transformados (purificados) pela graça e pelo amor do Senhor Deus por nós em Jesus Cristo.

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1 João 2:1-6. Cristãos verdadeiros ou mentirosos?

O segundo capítulo da 1ª carta de João é cheia de verdades sublimes e poderosas para iluminar a mente e o coração de todos que amam a Palavra de Deus. Essa porção da Bíblia nos faz questionarmos profundamente nosso relacionamento com o Senhor e nos faz avaliar a relação entre o nosso amor ao salvador que professamos com os lábios e o amor que vivemos de fato em fidelidade.



Cristo é nosso advogado e age em favor de nossa salvação continuamente diante do Pai, com base no fato de que na cruz ele se tornou a propiciação por todos os nossos pecados (1 João 2:2). Essa verdade deve nos lembrar o quanto nosso Pai celeste nos ama carinhosamente. Esse amor conquista os corações, que livremente desejam, em resposta a esse amor, viver por Deus em fidelidades aos seus mandamentos. Longe de uma resposta legalista simplesmente, o amor colocado em prática por fidelidade é a única resposta legítima ao evangelho, uma vez que esse é o objetivo de tudo que o Senhor Deus fez por nós em Jesus Cristo. O Senhor entregou sua vida por nós, para nos fazer pessoas, não apenas melhores do que éramos antes de o conhecer, mas pessoas completamente diferentes em todos os aspectos. Essa é obra de Cristo na alma humana, a transformação do ser humano, de um ser perdido em um ser eternamente salvo por sua graça e que viverá em sua presença em amor para todo sempre...

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Possessão Demoníaca - Uma triste realidade


A Bíblia está cheia de verdades maravilhosas sobre a fé, a esperança e o amor e essas coisas são verdadeiras e maravilhosas, e enchem nossas almas de prazer, especialmente pelo contraste que causam com a saturação de coisas negativas que estão ao nosso redor. E é por essa realidade que nos é tão bom ouvir do amor de Deus por cada um de nós em Jesus Cristo. Entretanto é a realidade do mal com todas as suas tragédias que mais chamam a nossa atenção. Isso é alimentado pela mídia que traz constantemente as notícias de violência, sofrimento e morte para nossos lares e todos nós nos tornamos familiarizados com essas coisas.

Mas poucos estão familiarizados com a origem real do mal que é esclarecido na palavra de Deus e em Ezequiel 28:15 onde lemos que Lúcifer era “Perfeito em seus caminhos, desde o dia em que foste criado até que um dia se achou iniqüidade nele”. Num processo misterioso e injustificável, Lúcifer se tornou o adversário dos homens e de Deus, que é o que significa o nome: Diabo ou Satanás como a Bíblia descreve em Apocalipse 12:9.

Em João 16:11 está escrito que ao Satanás conseguir enganar e seduzir a humanidade ao pecado e assim ele se tornou, segundo as próprias palavras de Cristo, o príncipe deste mundo (João 16:11). O príncipe deste mundo indica que ele tem certo poder de agir neste mundo. Em apocalipse 12:12 está escrito: “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta”. A terra passaria por momentos difíceis, pois, ao Satanás adquirir o poder deste mundo, ele aqui fez sua morada e o palco das manifestações de sua maldade. E é aqui que vemos o sofrimento, o pecado e a morte, as próprias obras do Diabo. E os seres humanos, que foram criados à imagem e semelhança de Deus, se tornaram pecadores e alguns dos seres humanos passaram a ter a triste experiência da possessão demoníaca.

Muitas pessoas que são céticas quanto às questões espirituais negam que Satanás exista e negam qualquer tipo de “possessão” de um ser humano por algum agente sobrenatural. Eles dizem que experiências classificadas como “possessão” devem ser vistas como problemas mentais ou psicológicos como a histeria, a epilepsia[1], ou coisas desse gênero. É fato que alguns sintomas de algumas doenças podem ser semelhantes de alguma forma, aos quadros de possessão demoníaca, e esses casos devem ser tratados como doenças mentais/psicológicas, e não como problemas espirituais, porém é fato também que existem sintomas da possessão demoníaca que não podem ser tratadas como problemas mentais. E vamos ver na Bíblia algumas dessas características para podermos entender esse fato.


1º Fato: Existem possessões explícitas e implícitas. Ninguém é possuído por um espírito maligno sem se envolver com ele de alguma forma. As pessoas se relacionam com os demônios de várias formas diferentes e somente quando um ser humano abre de alguma forma, alguma parte de sua vida para esse agente sobrenatural e somente com essa condição prévia é que a possessão poderá vir a ocorrer.
Vemos a luz dessa verdade na Bíblia em João 8:43-44 onde lemos as palavras de Jesus Cristo perguntando a alguns líderes judeus: “Por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. 44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”.

Jesus indicou que a indisposição de ouvir a Palavra de Deus e de colocá-la em prática era uma forma de identificação entre os homens e Satanás, e essa a condição essencial para que uma pessoa tenha no futuro uma experiência de possessão explícita, uma vez que elas já estão identificadas com o Diabo de alguma forma, apenas ainda não manifestam possessão propriamente dita.

2º Fato: Uma possessão demoníaca explícita se manifesta de forma sobrenatural e é um quadro terrível. Em Marcos 9 lemos uma história interessante e esclarecedora sobre esse tema importante...

E logo toda a multidão, ao ver Jesus, tomada de surpresa, correu para ele e o saudava. 16Então, ele interpelou os escribas: Que é que discutíeis com eles? 17 E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo; 18 e este, onde quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. 19 Então, Jesus lhes disse: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. 20 E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. 21 Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; 22 e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. 23 Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. 24 E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! 25 Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. 26 E ele, clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.

Quando um espírito maligno age de forma a conseguir tomar posse de alguém, esse é um quadro triste e terrível. Esse quadro pode ser mais ou menos intenso dependendo da situação, mas em todas elas se manifestam algumas ou todas as características sobrenaturais descritas:

1) Atitudes aparentemente involuntárias e mescladas com manifestações incomuns de gritos com mudança no tom de voz e na maneira de falar.
2) Força fora do comum. Às vezes se torna necessário vários homens fortes para se segurar uma só pessoa, que seria imobilizada em outras circunstâncias com muito mais facilidade.
3) Conhecimento de pecados e fatos ocultos da vida das pessoas ao redor que a pessoa possessa não conhecia de forma nenhuma.

3º Fato: A possessão implícita é um conceito muito mais delicado. Conforme vimos, uma pessoa pode se identificar com Satanás e seus anjos e pode ser possesso por eles com o fim de conseguir algum objetivo maligno e esse tipo de possessão não envolve as manifestações de luta e de horror como descritas no caso das possessões explícitas. Temos alguns casos desses na Bíblia, citarei apenas 2:

1) Em lucas 22:3-4 lemos o seguinte: Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. 4 Este foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria a Jesus;
Judas estava possuído por Satanás e fazia a vontade dele, que era causar o sofrimento e a morte de Cristo de forma brutal e extremamente cruel, e ele não revelou as características de uma possessão explícita.
2) Em Atos 13:5-12 está a história de outro possesso por Satanás. Lemos nas páginas sagradas: “Chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas; tinham também João como auxiliar. 6 Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus, 7 o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chamado Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de Deus. 8 Mas opunha-se-lhes Elimas, o mágico (porque assim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o procônsul. 9 Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse: 10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor? 11 Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão. 12 Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor”.

O mago estava fazendo a obra de satanás ao tentar afastar da fé o procônsul e Paulo disse que ele era um homem cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, e que pervertia a obra de Deus. Esse é um quadro de uma pessoa possessa pelo diabo e que faz sua obra.


Para finalizar, não podemos brincar com a realidade espiritual e todos que desejam a paz e uma vida feliz com Deus e com as outras pessoas deve se afastar de ser indiferente da Palavra de Deus na teoria e na prática. Assim também devemos nos afastar de qualquer realidade demoníaca. Somos chamados como cristãos a entender que estamos em luta contra forças espirituais do maligno, e em nome de Jesus Cristo temos poder de Deus para expulsá-los e condenar sua obra.
A Palavra de Deus diz: “Sujeitai-vos, portanto a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Assim fazendo teremos sucesso espiritual e felicidade pela liberdade e poder que nos vem da presença de Deus, nosso Pai.

[1] De frente com o inimigo: artigo do pastor Emilson dos Reis.

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